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Deputados lançam movimento para derrubar Renan

Integrantes de oito legendas prometem fazer ações de impacto e promover ?quarta-feira da indignação?

Foto do author Fausto Macedo
Por Christiane Samarco , Fausto Macedo e Denise Madueño
Atualização:

Decididos a tornar insustentável a situação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), deputados de oito partidos lançaram ontem o movimento "fora, Renan". A idéia é promover ações de impacto até que Renan se afaste do cargo ou tenha seu mandato cassado por conta dos quatro processos disciplinares a que responde no Senado. O grupo anunciou que trabalha para mobilizar a sociedade e fará manifestações semanais no Congresso, exigindo o afastamento. A mobilização já recebeu adesão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)que em nota exigiu a imediata renúncia de Renan da presidência do Senado "em nome da ética e em defesa da integridade moral da República". Cezar Britto, presidente nacional da OAB, afirmou que a insistência de Renan em permanecer no cargo "é um despropósito e uma imoralidade". Para a OAB, o gesto do senador "soa como deboche à cidadania". Britto enfatizou que o Senado "não merece ser confundido com seu presidente". "Toda semana teremos a quarta-feira da indignação, com atos da frente suprapartidária que pede o afastamento imediato do presidente do Senado", disse o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ). Para caracterizar que o movimento é do Congresso, e não de uma das Casas apenas, ficou acertado que as manifestações serão realizadas no espaço comum da entrada principal, conhecido como chapelaria. A idéia do grupo é estabelecer um calendário de ações para pressionar Renan. A primeira atividade, marcada para quarta-feira, é o lançamento do "livro do tombo", que registrará assinaturas de deputados, senadores, representantes de entidades da sociedade civil e cidadãos contrários à permanência de Renan. "Chegou o momento de ter atitude mais firme", afirmou Chico Alencar, ao explicar que a ação do grupo pretende estimular a sociedade a retomar a pressão pelo "fora, Renan". A agenda de protestos já prevê um abraço simbólico no Congresso. "Depois podemos fazer a apresentação de um coral que entoará ?está chegando a hora?", sugeriu o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) Coube ao deputado tucano Vanderlei Macris (SP) a leitura do documento no qual serão recolhidas assinaturas. O texto pede a saída de Renan para garantir a isenção das investigações contra o presidente do Senado e preservar a instituição do desgaste político produzido pela crise. "Não admitiremos que ele presida a sessão do Congresso", disse Macris. Pela Constituição, o presidente do Senado é quem preside as sessões do Congresso, quando Câmara e Senado se reúnem conjuntamente. A idéia do lançamento da frente surgiu em jantar, anteontem. Segundo o grupo, 52 deputados e 16 senadores integram a frente. Há parlamentares do PMDB, PSDB, PSOL, PSB, PV, PPS e DEM. COLABOROU

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