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Deputados eleitos devem cumprir mandato, afirma RenovaBR

Segundo fundador do grupo, deixar o cargo para concorrer em 2020 contraria grupo

Por Paulo Beraldo e Vinícius Passarelli
Atualização:

Ainda que nomes como o da deputada Tabata Amaral (PDT-SP) tenham ganhado projeção após enfrentar o partido e votar pela reforma da Previdência, deixar o mandato e disputar as eleições de 2020 contraria o que grupos de renovação política como o RenovaBR – do qual a parlamentar faz parte – preveem para quem passa por seus cursos de formação.

Antes de contrariar orientação do partido, Tabata Amaral era vista por líderes do PDT como pré-candidata em SP Foto: Dida Sampaio/Estadão

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“Afastar-se do mandato para disputar outra eleição enquanto desempenha seu primeiro mandato eletivo representa um descompromisso com nossa instituição”, afirmou o fundador do RenovaBR, o empresário Eduardo Mufarej. O grupo tem apoio de nomes como o apresentador Luciano Huck.

Antes de Tabata contrariar a orientação do PDT sobre a reforma da Previdência, líderes do partido cogitavam uma candidatura da deputada para disputar a Prefeitura de São Paulo no ano que vem.

Após votar a favor de mudanças na aposentadoria, ela foi suspensa pela legenda. Pesquisa da consultoria Ideia Big Data mostrou que sua aprovação subiu de 30% para 61% em julho, após a votação da Previdência na Câmara. A parlamentar já negou que pretende concorrer à Prefeitura paulistana em 2020.

Entre os nove integrantes da “bancada do RenovaBR” na Câmara, apenas a deputada Joênia Wapichana (Rede-RR) foi contrária à reforma da Previdência. O RenovaBR disse que não influencia o voto de parlamentares e apoia a formação de quadros “independentemente da ideologia”. Segundo Mufarej, “atritos” não vão mudar a forma como os candidatos são selecionados pelo RenovaBR. “Ninguém foi pego de surpresa, o cenário real da política sempre foi apresentado”, disse. “Não formamos lideranças para uma bolha.”

TV Estadão: ‘Ninguém pode servir a dois senhores’, diz Ciro Gomes

Nesta semana, o ex-ministro Ciro Gomes, que disputou a Presidência pelo PDT no ano passado, chamou grupos de renovação de política de “partidos clandestinos”. A economista e conselheira do movimento Livres, Elena Landau, rebateu. “Não adianta falar em clandestinidade. Eu também não sei como os partidos gastam o dinheiro do fundo público”, disse. Para ela, os grupos devem ser transparentes. “É importante que os movimentos digam como são seus estatutos, como as pessoas são escolhidas e prestem contas.”

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Presidente do Livres, Paulo Gontijo afirmou que “movimentos políticos sempre lançaram candidatos”. “Queremos melhorar os partidos, não extinguir ou sabotar.” O presidente do Transparência Partidária, Marcelo Issa, defendeu alterações nas legislações partidárias para haver mecanismos de democratização dos processos internos de tomada de decisão.

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