Na votação da última quarta-fiera, 9, da minirreforma política, os deputados também derrubaram a restrição à contratação de institutos de pesquisa por órgãos de imprensa, proposta que havia sido inserida pelo Senado.
A medida havia sido criticada tanto pelo relator do projeto na Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), quanto pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). "Isso é inconstitucional", disse o peemedebista antes da votação.
Pelo texto do Senado, os veículos de comunicação estariam proibidos de contratar institutos de pesquisas que, nos 12 meses anteriores às eleições, tivessem trabalhado para partidos ou para governos. A restrição foi proposta pelo relator do projeto na Comissão de Reforma Política do Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). Segundo o senador, o objetivo seria evitar a proliferação de pequenos institutos que recebem recursos de partidos ou órgãos públicos e publicam resultados que supostamente beneficiam os políticos que os financiam. A iniciativa de Jucá foi criticada por representantes de institutos e de entidades de imprensa. O diretor executivo da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Ricardo Pedreira, afirmou que a proposta do Senado contrariava o direito da sociedade de ser amplamente informada sobre o cenário eleitoral. "Os veículos de comunicação devem ter liberdade de contratar as pesquisas que considerarem adequadas", destacou.
A diretora executiva do Ibope, Márcia Cavallari, e o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, também defenderam a retirada das restrições aos institutos.