PUBLICIDADE

Deputados da terceira via podem optar por nome do PMDB

Parlamentares que pregam alternativa a Aldo e Chinaglia sinalizam disposição de buscar um nome de consenso dentre os maiores partidos da Casa - PT e PMDB

Por Agencia Estado
Atualização:

Os deputados da chamada terceira via, que pregam uma alternativa aos nomes de Aldo Rebelo (PC do B-SP) e Arlindo Chinaglia (PT-SP) à presidência da Câmara dos Deputados, descartaram nesta segunda-feira que pretendem lançar uma anticandidatura. Eles sinalizaram a disposição de buscar um nome de consenso dentre os maiores partidos da Casa, o PMDB e o PT, para obter um terceiro nome que concorra para valer à vaga na Câmara. A disposição foi demonstrada no primeiro encontro que este grupo, formado por parlamentares do PPS, PV, PSB, PSOL, PSDB, PMDB e PT, realizou, num hotel da Capital. A reunião desta segunda-feira conta com 12 deputados, que acreditam representar interesses bem maiores. Alguns parlamentares, entretanto, informaram à Agência Estado que a inclusão do PT como uma das legendas capazes de fornecer um candidato foi motivada "para dar maior abrangência" ao movimento. O mais provável é que o grupo tente buscar um nome dentro do PMDB. Alguns dos componentes do grupo que se reuniram nesta tarde já chegaram, inclusive, a procurar o presidente do PMDB, Michel Temer (SP), e teriam recebido uma sinalização positiva, com a condicionante de que este seja o desejo da maioria do partido que se reúne na terça, em Brasília, para definir a posição da legenda. Já na semana passada, parlamentares do PMDB colocavam que, se forem mantidas as duas candidaturas da base aliada, o PMDB pode sentir-se livre para lançar um candidato. A rigor, neste encontro, os parlamentares que advogam a terceira via devem consolidar a idéia da candidatura, iniciar a discussão de um programa para a Câmara Federal e começar o debate em torno do nome que pode ser mais viável. "No momento em que era uma anticandidatura eu me apresentei, mas quando percebi que poderemos partir para alguém que efetivamente possa ganhar, eu me afastei", disse o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), ressaltando que alguns dos seus pares defendem um candidato que seja da base do governo "do PMDB ou do PT". "Eles têm, evidentemente, o apoio do presidente, a simpatia do Planalto, inclusive um ministério caso um deles desista. Mas eles não são candidatos que nasceram dentro da Câmara dos Deputados", disse Gabeira, criticando a postura dos dois parlamentares ao defenderem o aumento de 91% para os deputados, no fim do ano passado. "Acho que existe uma base inicial de uns 150 deputados para uma perspectiva alternativa realmente empolgar, podendo daí crescer", disse Gabeira. Seguindo a mesma linha, a deputada Luiza Erundina (PSB-SP) defendeu que não importa o nome, mas sim o compromisso "com o programa que aponte para resgatar a credibilidade, a imagem e a democracia da Câmara". "Se for de um partido que dê viabilidade eleitoral, um tanto melhor", disse a deputada. Para o deputado Raul Jungmann (PPS-PE), que também afastou seu nome da disputa, é preciso que o candidato seja capaz de dar "um choque republicano" na Câmara e que não tenha participado de qualquer "patifaria". "As duas candidaturas, como está claro aí, representam uma intervenção do Executivo. De um modo geral, o Executivo tem levado o Legislativo a uma situação de imobilismo, servidão e vassalagem", afirmou Jungmann, destacando que a candidatura da terceira via vai até o final do processo e que ele já sugerirá ainda nesta segunda aos membros do grupo independente que se procurem os presidentes dos partidos e os governadores para tentar conquistar o máximo de apoio a este candidato. Segundo Jungmann, a conversa com o PMDB já está adiantada, bem como com outros partidos. "A gente tem conversado com o PMDB e muita gente diz: ´estamos com vocês, mas não vamos aí (na reunião desta segunda, em São Paulo) para esperar a reunião do PMDB e não criar atrito lá dentro´", afirmou, informando ainda que dentro do PT também "existe muito mal estar". Jungmann confirmou que o grupo está conversando com o PMDB e o PT e que no caso de vitória de Chinaglia, o principal derrotado seria o ministro das Relações Institucionais Tarso Genro, para quem fez questão de mandar uma mensagem: "Se Chinaglia chegar ao poder, viu Tarso, você não vai coordenar nada, porque o instrumento de poder PT fica com José Dirceu e volta exatamente o lado negro da força. Será uma derrota pessoal do articulador que é exonerado antes de assumir". Além dos deputados já citados, também participam da reunião os parlamentares Ricardo Izar (PTB-SP), Paulo Renato de Souza (PSDB-SP), José Aníbal (PSDB-SP), Chico Alencar (PSOL-RJ), Dimas Ramalho (PPS-SP), Raquel Teixeira (PSDB-GO) e Gustavo Fruet (PSDB-RJ), entre outros. O tucano Paulo Renato, ex-ministro da Educação no governo de Fernando Henrique Cardoso, afirmou que o PSDB não decidiu ainda se vai apoiar a terceira via, mas que levará as idéias para a cúpula do partido. "Achamos que a renovação tem que ser ampla. Nós precisamos ter uma pessoa que não tenha nenhuma vinculação com os últimos acontecimentos que denegriram a imagem da Câmara", defendeu. Com Reuters Este texto foi ampliado às 16h44.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.