Deputados criticam Caixa por retenção de emendas

Por Andrea Jubé Vianna
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O almoço de confraternização entre deputados da base aliada e ministros, promovido hoje pelo deputado Luciano Castro (PR-RR), foi marcado pelos protestos contra o contingenciamento das emendas parlamentares. Um grupo de deputados responsabilizou a Caixa Econômica Federal (CEF) pela retenção dos recursos que, por causa da campanha eleitoral, só poderão ser liberados depois do pleito de outubro."A Caixa é um transtorno, não funciona, só gera desgaste para o governo", desabafou o deputado Mauro Lopes (PMDB-MG). Ele afirmou que a culpa não é do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que segundo ele, fez o seu trabalho encaminhando as emendas. "O Tesouro Nacional mandou os recursos, o Padilha encaminhou para as prefeituras, mas a Caixa segurou o dinheiro. Tudo que depende da Caixa é o caos", protestou.O deputado Carlos Willian (PTC-MG) lamentou a ausência da presidente da Caixa, Maria Fernanda Coelho, no almoço - embora o evento fosse reservado aos parlamentares e ministros. "A presidente da Caixa tinha de estar aqui para dizer por que não liberou o dinheiro das emendas. A Caixa não executa as emendas, então elas não viram obras nem chegam aos municípios. A Caixa não tem corpo competente para gerir essas emendas", arrematou.O deputado Silvio Costa (PTB-PE) minimizou a indignação dos outros deputados. Admitiu a retenção dos recursos, mas ressalvou que "esse papo de emendas é da idade da República", dando o problema como sem solução. Na saída do almoço, o ministro Alexandre Padilha minimizou as críticas. Afirmou que os deputados "estão no seu papel de parlamentares que é defender seus municípios e suas bases eleitorais". E atribuiu as reclamações à elevação dos investimentos públicos em obras de infraestrutura nos municípios. "O ritmo dos investimentos cresceu 78%. Nunca tivemos tantas obras nos municípios", concluiu.

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