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Deputados cobram acesso a contrato de espionagem mantido em segredo por CPI

Presidente da comissão diz apenas que a Kroll foi contratada para buscar ativos no exterior, mas nunca detalhou como isso será feito e quais são os objetos de investigação

Por Daniel de Carvalho e Daiene Cardoso
Atualização:

BRASÍLIA - Deputados cobraram nesta quinta-feira, 23, ao presidente da CPI da Petrobrás, Hugo Motta (PMDB-RJ), acesso ao contrato de R$ 1,1 milhão firmado com a empresa de espionagem Kroll. A empresa foi contratada pela Câmara a pedido de Motta.

O presidente da CPI, Hugo Motta,diz apenas que a Kroll foi contratada para buscar ativos no exterior, mas nunca detalhou como isso será feito e quais são os objetos de investigação Foto: Andre Dusek/Estadão

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O presidente da CPI havia dito na semana passada que o contrato secreto já estava à disposição dos deputados. No entanto, quando os parlamentares tentaram acesso ao documento, não conseguiram. "O que efetivamente a Kroll vai investigar?", questionou a deputada Eliziane Gama (PPS-MA), uma das que tentou ler o contrato da empresa que, segundo Motta, já está atuando.

"Na minha opinião, a CPI deve ouvir o responsável pelo contratoda Kroll", disse o deputado Ivan Valente (PSOL-SP), primeiro a cobrar Motta pela divulgação do contrato. Hugo Motta disse não poder "criar chifre em cabeça de cavalo".

Motta alegou que o sigilo se deve à tratativa entre Kroll e direção-geral da Câmara. "Não vemos nenhum problema na exposição desse contrato", afirmou Motta, segundo quem o documento estará à disposição dos parlamentares a partir desta quinta-feira.

O presidente da CPI diz apenas que a Kroll foi contratada para buscar ativos no exterior, mas nunca detalhou como isso será feito e quais são os objetos de investigação.

As eventuais descobertas feitas pela Kroll podem enfraquecer e até mesmo derrubar delações premiadas, o que beneficiaria investigados como os presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e Renan Calheiros (PMDB-AL).

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