Os deputados federais Raul Jungmann (PPS-PE) e Fernando Gabeira(PV) disseram nesta sexta-feira, 14, que foram convocados pela Polícia Federal a depor sobre o incidente da última quarta-feira, no Senado, quando foram impedidos por seguranças de entrar na sessão que decidiu pela absolvição do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Ouça as entrevistas: Sobre agressão no Senado, Raul Jungmann diz que vai depor na PF Confusão na entrada da sessão do Senado é assunto encerrado para Gabeira Jefferson Peres (PDT-AM) acha que Senado hoje está ingovernável "O Ministério Público e a Polícia Federal nos procurou, eu, pelo menos vou prestar depoimento na próxima terça-feira. Espero que seja feita a requisição", disse Jungmann. Ele informou ainda que o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP) mandou ofício ao Senado para que a instituição tome as providências necessárias para apurar o caso. Segundo o deputado, a abertura de inquérito foi pedida pelo Ministério Público Federal. Jungmann cobra também uma posição do Senado Federal sobre o episódio. "O Tião Viana (1º vice-presidente do Senado) tem que abrir um inquérito, tem que punir os responsáveis. Nós empurramos, mas não batemos em ninguém", defende-se o deputado. O deputado disse que quando Renan soube do ocorrido, na abertura da sessão, limitou-se a dizer que "aquilo foi um equívoco", e em seguida, começaram as manifestações de apoio de senadores a eles. Para Gabeira, o assunto está encerrado. Sobre a convocação disse que tem de "combinar com o deputado Jungmann". "Corpo a corpo com segurança, eu faço desde menino. Não tenho nada a declarar", disse o deputado, que acertou um soco "sem querer" em Tião Viana, e ,em seguida, se desculpou e os dois teriam se beijado. 'Senado ingovernável' O senador Jefferson Peres(PTD-AM) disse em entrevista ao estadao.com.br queo Senado, após a absolvição de Renan, "acabou nesta legislatura". "O resultado da absolvição desmoralizou a Casa. Renan não tem condições de dirigir o Senado e não pode fazer mais uma reunião de líderes- o que é indispensável para questões como a CPMF". Na última quinta-feira, senadores de seis partidos se reuniram e decidiram não participar de sessões presididas pelo presidente da Casa, o que prejudica a aprovação da prorrogação da CPMF. Bastidores da sessão Peres contou ainda bastidores da sessão secreta. "Eu estava no gargarejo, olhando para Renan, e ele disse: senadores, eu não fiz nada de errado, além da relação extraconjugal.Ele disse tudo em um tom muito suave, só se tornou agressivo no fim- com a Heloísa, aí ele mostrou a sua face". Peres se refere à acusação do presidente do Senado a ex-presidente do PSOL, Heloísa Helena. Nos últimos momentos do seu discurso, Renan acusou Heloísa de sonegação fiscal. A ex-senadora contou, após a sessão, que respondeu a Renan também dizendo que o senador deveria passar água sanitária na boca ao se dirigir a ela.