Deputado usa papel da Câmara para promover sua gráfica

A conduta de Gonzaga Patriota, que já esteve envolvido no escândalo do mensalinho, será investigada pela corregedoria

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), pediu à Corregedoria da Casa que investigue a conduta do deputado Gonzaga Patriota (PSB-PE), que usou papel timbrado da Casa para fazer propaganda de sua gráfica aos parlamentares. Hoje, Patriota enviou carta a Aldo com pedido de desculpas e se colocando à disposição para restituir o material. Na semana passada, Patriota enviou aos colegas uma correspondência acompanhada de uma tabelinha da Copa do Mundo sugerindo aos deputados que encomendassem serviços em sua gráfica. A tabelinha, com o nome e a foto do deputado, deverá ser usada como material de campanha e distribuído a eleitores. "Submeto à elevada apreciação de Vossa Excelência, tabela da Copa do Mundo confeccionada na Gráfica ABC BSB aqui de Brasília. Além da qualidade, o preço é o melhor do mercado", diz a correspondência. Além disso, Patriota anexou o cartão do diretor da empresa com os telefones fixo e celular "para seu contato com o mesmo, caso deseje encomendar esse serviço". Na correspondência aos deputados, Patriota não conta ser sócio da gráfica, o que reconhece em seu pedido de desculpas. "É estranho e constrangedor. Não dá para ser condescendente. Que coisa mais fora de órbita!", considerou o deputado Júlio Delgado (PSB-MG), membro do Conselho de Ética. Delgado defendeu uma punição a Patriota para que fatos como esse não se repitam na Casa. "Não é caso de perda de mandato, mas precisa haver uma pena", sustentou Delgado. Na carta que enviou a Rebelo, Patriota afirma que redigiu a correspondência e pediu a uma pessoa de sua confiança que mandasse imprimi-la em papel sem timbre. "Infelizmente, essa pessoa, por equívoco, o fez em papel timbrado do gabinete", argumentou. O deputado afirma, também, que não teve intenção de fazer "lobby". No ano passado, Patriota foi envolvido no escândalo do "mensalinho", que provocou a renúncia do então presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE). Na época, Patriota teria ajudado o empresário Sebastião Buani na tentativa de renovar o contrato de concessão de um dos restaurantes da Câmara.

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