PUBLICIDADE

Deputado pode ser punido por fala com teor homofóbico

Por Rosa Costa
Atualização:

O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) pode ser expulso da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados (CDH). A alternativa é uma entre outras que serão examinadas na reunião de quarta-feira, em que os membros da CDH vão analisar a "receita" do deputado para mudar a opção sexual de menores. Em entrevista à TV Câmara, ele sugeriu aos pais dar "um couro" no filho para mudar eventual inclinação homossexual.Presidente da comissão, a deputada Iriny Lopes (PT-SC) afirma que tal declaração agride duas vezes os direitos humanos, por pregar a violência contra crianças e por estimular reações homofóbicas. "É um absurdo escolher para a CDH pessoas que passam longe do espírito da comissão", diz. Ela lembra que falta pouco mais de um mês para terminar o ano legislativo, mas que ainda assim é necessário alguma providência para mostrar as divergências com relação à posição de Bolsonaro. Iriny critica os partidos que indicam para as comissões representantes sem afinidade com o trabalho ali desenvolvido. "Eles vão para fazer o contraponto ao direito dos índios, crianças e outros, é um contrassenso que temos de impedir", defende.Membro da CDH, o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) critica o PP por ter indicado Bolsonaro para a comissão. Ele prevê que se mantiver a mesma posição no ano que vem, a legenda passará a ser conhecida como "o partido da homofobia". "Uma pessoa tão contrária aos direitos humanos não pode pertencer à comissão", afirma. "É muita sandice, os movimentos de direitos civis deveriam fazer uma campanha nacional para combater esse tipo de postura", defende.Bolsonaro ironiza a reação dos colegas. "Estou me lixando para eles, eu sou um dos poucos (integrantes) heterossexuais, então sou minoria, eles têm de respeitar as minorias", disse, debochando das reações.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.