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Deputado entregou bilhete a testemunha a pedido de Arruda

Geraldo Naves desmente defesa e reforça a tese de que o governador tentou subornar jornalista

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Por Rodrigo Rangel
Atualização:

O deputado distrital Geraldo Naves (DEM) desmentiu neste sábado, 6, a versão dos advogados do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, para o bilhete que o governador teria enviado ao jornalista Édson Sombra, testemunha-chave do escândalo do mensalão do DF, numa suposta tentativa de cooptá-lo.

 

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Na sexta-feira, os advogados Nélio Machado e José Gerardo Grossi, defensores de Arruda, confirmaram que o bilhete foi escrito pelo governador, mas disseram que o papel não tinha qualquer relação com o suborno à testemunha. "Não tem nada a ver com isso que se deseja veicular", disse Machado, sugerindo que o manuscrito teria sido indevidamente extraviado do gabinete de Arruda.

 

Foi o próprio Geraldo Naves, aliado do governador e responsável por entregar o papel a Édson Sombra, quem desconstruiu a versão da defesa. Ele disse ter recebido o bilhete de Arruda, com a incumbência de levá-lo para a testemunha. "A verdade é que eu peguei da mão do governador", disse, em entrevista à TV Globo.

 

O bilhete seria uma maneira de provar a Édson Sombra que Arruda estaria disposto a fazer um acordo. No bilhete, o governador escreveu, em seis tópicos numerados, frases soltas como "gosto dele" e "quero ajuda". Por último, há a inscrição "GDF ok", que seria uma referência à ajuda que Sombra poderia receber do governo do Distrito Federal caso aceitasse a proposta dos emissários do governador.

 

Sombra afirma que a estratégia do grupo de Arruda era fazer com que ele prestasse depoimento à Polícia Federal lançando dúvidas sobre os vídeos gravados pelo ex-secretário Durval Barbosa, que mostram a corrupção no governo. Confidente de Barbosa, Sombra foi um dos principais responsáveis por incentivá-lo a denunciar o esquema de corrupção.

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