Deputado do PT de AL é indiciado na Operação Taturana

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Por RICARDO RODRIGUES
Atualização:

O deputado estadual Paulo Fernando dos Santos (PT), o Paulão, prestou depoimento hoje na Polícia Federal (PF) e foi indiciado no inquérito da Operação Taturana, que apura o desvio de R$ 280 milhões da Assembléia Legislativa de Alagoas. Paulão vai responder por formação de quadrilha, peculato e crime contra o sistema financeiro. Ele é acusado de ter contraído empréstimos no Banco Rural, que somam R$ 224 mil, usando a verba de gabinete como garantia e o aval do legislativo alagoano. Ao chegar à sede da PF, o deputado confirmou que tomou empréstimos, mas disse que pagou com o seu dinheiro e não com a verba de gabinete da Assembléia Legislativa. Apesar de ter explicado que o empréstimo que contraiu em meados de 2005 foi com base legal, Paulão foi indiciado. O deputado foi ouvido pelo delegado Janderlyer Gomes, que preside o inquérito da Operação Taturana. Antes do depoimento, o petista conversou com os jornalistas, na porta da PF. "Venho colaborar com o trabalho da Polícia Federal, baseado na verdade", disse. "Meu patrimônio é lícito, sem laranjas e com dívidas. Tirei um empréstimo, no valor de R$ 30 mil, para pagar dívidas referentes ao cheque especial e renovei esse empréstimo algumas vezes. Não foram vários empréstimos, nem um somatório, mas uma renovação da dívida", afirmou. Paulão disse ainda que iria pedir à PF a quebra de seus sigilos bancário, patrimonial, telefônico e fiscal. "Vou pedir ainda o aprofundamento das investigações na Assembléia e que a PF investigue também outros poderes", informou o petista, acrescentando que entregaria ao delegado todos os documentos necessários para os primeiros esclarecimentos, como extratos bancários e declarações de verbas de gabinete. Para Paulão, as denúncias contra ele - feitas também por meio de documentos anônimos - teriam partido dos deputados indiciados na Operação Taturana. "Desde 1999 fui o primeiro deputado a discutir a falta de transparência na Casa e sempre os deputados incomodados quiseram minha cassação", afirmou.

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