PUBLICIDADE

Deputado denuncia fraude em lista de ajuda federal

Por Agencia Estado
Atualização:

Uma troca de letra ou a retirada de um acento, e pronto: está feito o "milagre" da multiplicação de nomes na listagem dos beneficiados pelo programa federal Bolsa Renda em Quixeramobim e Tamboril, a 224 quilômetros e 329 quilômetros de Fortaleza, respectivamente. No primeiro caso, 198 beneficiados tiveram os números de CPF ou de identidade duplicados, ?engordando? a lista. A denúncia é do deputado estadual José Nobre Guimarães (PT-CE). Acrescente-se a letra "c" ao nome de Vitor Lino e ele dá origem a um possível "clone": Victor Lino. Mas o número de identidade e o nome da localidade de origem são iguais. Com a troca de uma letra e um acento agudo, Maria muda de sexo e vira Mário. Em um outro caso, o nome é o mesmo e a identidade também mas, como em todos os 198 registros suspeitos, os números de inscrição são distintos, como se fossem pessoas diferentes. A lista foi retirada por Guimarães do site da Internet da antiga Agência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). O deputado chama a atenção para o crescimento na concessão do benefício em um curto intervalo de tempo. Em julho do ano passado, o Ceará recebeu R$ 7,1 milhões. Em dezembro, o valor foi para R$ 12,7 milhões. O prefeito de Quixeramobim, Cirilo Pimenta (PSDB), desconhece a fraude. O prefeito de Tamboril, Francisco Timbó, também. Segundo o gerente do Grupo Tarefa da Seca, da Secretaria do Desenvolvimento Rural do Estado, Haroldo Holanda, a lista dos beneficiados foi disponibilizada na Internet (www.sudene.gov.br) justamente para que qualquer cidadão possa ajudar a fiscalizá-la. Quanto ao aumento da concessão, ele alega que houve uma atualização dos dados, que eram de 1996. O Ceará foi um dos Estados do Nordeste que mais recebeu recursos do Bolsa Renda, cujo objetivo é ajudar vítimas da seca com R$ 60,00 mensais por família. Foram 137 municípios inscritos. No total, o Estado recebeu R$ 66,2 milhões. A denúncia foi encaminhada por Guimarães à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.