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Deputado dá soco em senador antes de sessão que julga Renan

Gabeira diz que soco em Viana foi acidente por conta da confusão na porta do plenário do Senado

Por Fabio Graner e Denise Madueño
Atualização:

Antes do início da sessão que julgará o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), deputados da oposição e seguranças da Casa entraram em confronto e chegaram a trocar socos. O tumulto era grande na entrada do plenário. O deputado Raul Jungmann (PPS-PE) tentava entrar, foi barrado e, no meio da confusão, ele e um segurança começaram brigar e chegaram a trocar socos antes de serem apartados. O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) também partiu para o confronto e chegou a dar um soco em Tião Viana (PT-AC), vice-presidente da Casa e que presidirá a sessão de cassação do mandato de Renan. Envolvida no tumulto, a deputada Luciana Genro (PSOL-RS) disse que um dos seguranças chegou a sacar um arma de choque contra Jungmann. "Felizmente ele não usou (a arma)", contou. A deputada saiu do incidente com um pequeno corte no calcanhar que disse ser decorrência de um chute que levou de um segurança. No meio da confusão, disse que perdeu um cartaz que pretendia exibir em plenário durante a votação. O cartaz dizia: "Sessão secreta é a negação do parlamento". A deputada atribuiu o incidente à falta de informação do segurança e acrescentou que se houve quebra de decoro no episódio foi com a segurança e não com os parlamentares. Veja também: Ouça áudio do tumulto no Senado  Saiba como será a votação secreta no plenário Planalto prefere José Sarney no cargo Computadores e celulares estão proibidos no plenário Para senadores, presença de deputados altera votação Após a briga, Gabeira e Viana vieram a público para dizer que estava tudo bem. "Dei um soco inadvertidamente no vice-presidente, mas já pedi desculpas e já nos beijamos", disse o deputado. Mas Jungmann deixou claro que o que aconteceu na porta do Senado "não ficará impune". "A deputado Luciana Genro está lá com um sangramento na perna por conta de um pontapé que recebeu. Isso não é procedimento contra representantes protegidos por decisão judicial", disse Jungmann. "República e democracia não se conciliam com segredo", completou. Segundo ele, em 180 anos de República, nunca houve um fato como este. Jungmann se refere à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que permitiu a participação de 13 deputados de cinco partidos na sessão fechada que decidirá o futuro de Renan. Em sua decisão, divulgada na madrugada desta quarta-feira, o ministro Ricardo Lewandowski diz que por ser Renan Calheiros presidente do Senado e do Congresso, todos os parlamentares - deputados e senadores - têm interesse em acompanhar a sessão. Alega ainda que, em sessões secretas da Câmara, é permitido que senadores compareçam. Por conta da decisão, Tião Viana chegou a levantar a hipótese de adiar a sessão das 11 para as 14 horas a fim de recorrer ao STF e impedir a presença dos deputados. Ao se reunir nesta manhã com os outros membros da Mesa do Senado, o adiamento foi descartado. (Com Felipe Recondo e Christiane Samarco, do Estadão)

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