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Deputado da PB renuncia às vésperas de julgamento no STF

Ronaldo Cunha Lima é acusado de assassinar inimigo político e, com a renúncia, perde o foro privilegiado

Por Agência Câmara
Atualização:

O deputado federal Ronaldo Cunha Lima (PSDB-PB) entregou nesta quarta-feira, 31, pedido de renúncia do seu mandato em caráter irrevogável. O pedido foi entregue ao deputado Nárcio Rodrigues (PSDB-MG), que presidia a sessão plenária.  Veja Também:'Renúncia de deputado da PB é escárnio', diz ministro do STF  Renúncia de Cunha Lima é 'covardia', diz viúva de rival Cunha Lima seria julgado na próxima semana no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de homicídio. Com a renúncia, o deputado deverá perder seu foro privilegiado e o processo deverá ser remetido para a Justiça comum, o que dará tempo ao deputado paraibano.  Na carta de renúncia, porém, Cunha Lima alega que desistiu do mandato por outro motivo: para ser julgado como cidadão comum e supostamente não querer se aproveitar do direito ao foro privilegiado. "Quero ser julgado sem prerrogativa de foro, como um igual que sempre fui", afirmou. Ele é acusado de tentar matar o ex-governador paraibano Tarcísio Burity, seu inimigo político, em 5 de dezembro de 1993, em um restaurante. O processo está no STF desde 1995. Cunha Lima é pai do atual governador da Paraíba,  Cássio Cunha Lima (PSDB). Crime O crime ocorreu em 5 de dezembro de 1993. O ex-governador Tarcísio Burity estava almoçando em um restaurante de João Pessoa quando Cunha Lima entrou no estabelecimento e atirou duas vezes no adversário. Os tiros atingiram a boca do ex-governador, que foi socorrido a tempo. Cunha alegava, sem provas, que Burity vinha difamando seu filho Cássio Cunha Lima, então superintendente da extinta Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), hoje governador eleito da Paraíba pelo PSDB. Burity morreu dez anos depois do crime, de falência múltipla dos órgãos Íntegra da renúncia Sr. Presidente, nesta data e por este instrumento, em caráter irrevogável e irretratável, renuncio ao mandato de deputado federal, representando o povo da Paraíba, a fim de possibilitar que esse povo me julgue, sem prerrogativa de foro como um igual que sempre fui. Requeiro a leitura em plenário desta renúncia, a respectiva publicação e a comunicação dela a S.Exa, à presidenta do Supremo Tribunal Federal, ministra Ellen Gracie. (Com Denise Madueño e Felipe Recondo, do Estadão)

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