Deputada do Rio divulga nota para justificar declaração sobre violência contra mulheres

Comunicado de Rosangela Zeidan mostra que agressões no Estado são corriqueiras; ao comentar o caso de Secretário de Paes, que assumiu ter agredio a ex-mulher duas vezes, ela perguntou 'que mulher nunca foi agredida verbalmente ou fisicamente?'

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Por Constança Rezende
Atualização:

RIO - A deputada estadual Rosangela Zeidan (PT), que na terça-feira, 17, perguntou ao Estado “que mulher nunca foi agredida verbalmente ou fisicamente?", divulgou nota para justificar a declaração que deu quando questionada sobre as consequências políticas das duas agressões praticadas pelo pré-candidato do PMDB à Prefeitura do Rio, Pedro Paulo Carvalho, à ex-mulher Alexandra Marcondes. No comunicado, a deputada, mulher do presidente do PT-RJ, Washington Quaquá, diz que a violência contra a mulher tem sido corriqueira no Estado do Rio, conforme levantamento da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa.

A deputada estadual Rosangela Zeidan (PT-RJ) Foto: Alerj

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"Estou espantada com a quantidade de casos, é muito mais do que se pensa, tanto agressão verbal, psicológica, quanto física. Vamos votar o relatório final da CPI, da qual fui relatora, na semana que vem. Agora, eu só participaria de reunião com Pedro Paulo se fosse pra discutir esse contexto de todas as mulheres, é necessário termos políticas públicas para enfrentar isso de verdade. Aliás, o relatório que fiz faz 42 recomendações a todas as esferas: Executivo, Judiciário e Legislativo. O prefeito Eduardo Paes também vai receber”, disse. Segundo a assessoria da petista, os dados da CPI mostram que, dos 98.869 casos de violência física (homicídios dolosos, tentativa de homicídios e lesão corporal dolosa), as mulheres aparecem com 57,8% do total das vitimas. Quanto à violência psicológica, o delito contabilizou 87.399 casos, sendo 65,5% vitimando mulheres.

A deputada estadual Martha Rocha (PSD) enviou nota ao Estado em que afirma que a decisão de Pedro Paulo disputar a eleição cabe ao partido dele, ao PMDB. A parlamentar era diretora da Divisão de Polícia de Atendimento à Mulher da Polícia Civil quando ocorreu o segundo caso de agressão do pré-candidato, em 2010. Apesar do inquérito ter sido aberto, Pedro Paulo nunca prestou depoimento. “A deputada Martha Rochalamenta que um inquérito policial de violência contra a mulher não tenha sido conduzido de forma correta. Todas as investigações devem receber o mesmo tratamento, independentemente de quem seja a vítima ou o autor.  A deputada esclarece que era diretora da Divisão de Polícia de Atendimento à Mulher (DPAM) da Polícia Civil à época do registro de ocorrência, mas não informada sobre o caso”, diz a nota.

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