Depois de 'afronta', PMDB vai antecipar reunião para decidir rompimento com governo

Nomeação do deputado Mauro Lopes para Aviação Civil teria irritado cúpula do partido; encontro da legenda ocorreria no próximo mês

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Por Marcelo de Moraes
Atualização:
A presidente Dilma Rousseff e o vice Michel Temer Foto: Dida Sampaio|Estadão

Brasília - O comando nacional do PMDB vai antecipar a reunião do seu diretório nacional para definir o desembarque oficial da base governista. Na prática, uma decisão nesse sentido significaria o rompimento com o governo da presidente Dilma Rousseff.

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A reunião somente aconteceria no próximo mês, mas a decisão de Dilma de nomear o deputado Mauro Lopes como novo ministro da Aviação Civil irritou a cúpula do PMDB. Em decisão tomada no seu encontro nacional, o partido decidira não aceitar mais cargos no governo até definir se permaneceria ou não na base. O convite feito por Dilma para Lopes foi considerado como uma "afronta" pelo vice-presidente Michel Temer, presidente da legenda. Por conta disso, ele se recusou nesta quinta-feira a comparecer à posse de Lopes e do novo ministro da Casa Civil, Luiz Inácio Lula da Silva.

Na noite de quarta, Temer foi procurado pelo próprio Lula e pelo até então ministro da Casa Civil Jaques Wagner. Ambos pediram que ele fosse ao Planalto. Para ambos, Temer avisou que seria impossível para ele participar de uma posse que se chocava frontalmente com uma deliberação aprovada pelo partido.

Afirmou também que se tratava de uma afronta às decisões internas do PMDB, já que Lopes não deveria ter sido convidado. E agora o peemedebista corre risco de ser punido pelo partido. Apesar do aviso dado por Temer, o convite para Lopes foi mantido, e o vice decidiu ficar em São Paulo cumprindo compromissos. Oficialmente, Temer se mantém calado sobre o assunto. Mas é certo que a nova situação acelerou a discussão do processo de rompimento oficial do PMDB com o governo.