31 de julho de 2020 | 17h32
Um olhar de amplitude, conhecimento e fina sensibilidade sobre o mundo se fecha com o falecimento do jornalista e escritor francês Gilles Lapouge, aos 96 anos de idade. Correspondente por 70 anos do Estadão em Paris, ele foi uma fonte permanente e segura para a formação de sucessivas gerações de leitores no Brasil, que passaram a compreender por meio de seus textos as complexas transformações globais do nosso tempo.
Apaixonado pelo nosso País, onde chegou em 1950, a convite do jornalista Júlio Mesquita Filho, publicou de modo ininterrupto ao longo da vida. E foram mais de 10 mil textos assinados no jornal que chamava de seu e do qual tornou-se uma referência de informação iluminista. Profícuo, ao lado do jornalismo econômico e da correspondência internacional dedicou-se à literatura, deixando-nos 25 livros, cinco deles dedicados a suas impressões sobre o país que o empolgou à primeira vista. O de estreia, Equinoxiales, narra a sua decisão de deixar a França para conhecer o Bras il.
Analista de humor refinado, abordagens originais e posicionamentos de aclamado bom senso, Gilles Lapouge escreveu a história do mundo em que vivemos com elegância e maestria.
Aos filhos Benoit, Laure-Marie, Mathilde e Jerôme, a seus amigos e colegas do Estadão e aos incontáveis leitores amealhados ao longo de uma vida inteira de atividade jornalística e literária, as nossas sinceras condolências pela perda do grande Gilles Lapouge.
* Presidente do Conselho de Administração do Bradesco e colunista do ‘Estadão’
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.