Depois da revelação de que os vencimentos pagos aos deputados mineiros variavam de R$ 60 mil a R$ 90 mil, dependo dos cargos que tivessem na Assembléia Legislativa, parlamentares do Estado voltaram a ser alvo de críticas. De acordo com reportagem do jornal Estado de Minas, apenas o gabinete do presidente da Assembléia tem 215 pessoas contratadas em cargos de confiança - sem concurso - e que recebem, mensalmente, de R$ 331 a R$ 4,7 mil. Os funcionários, entre os quais parentes e apadrinhados de deputados e ex-deputados, teriam sido nomeados nos últimos dez anos. Ou seja, conseguiram os empregos graças aos últimos três presidentes da Assembléia - o atual deputado federal Romeu Queiroz (PSDB-MG) e os deputados Anderson Adauto (PMDB) e Antônio Júlio (PMDB), que ocupa o cargo atualmente. A manutenção de funcionários de confiança na folha de pagamentos da Presidência da Assembléia, depois que os deputados que os contrataram já deixaram o cargo, é proibida por resolução interna do Legislativo mineiro. O grande número de funcionários da presidência também desrepeitaria regra estabelecida na Assembléia, de 19 servidores de confiança, no máximo, para cada parlamentar. O deputado Antônio Júlio não foi encontrado para falar sobre o novo escândalo. Em relação aos altos salários - também denunciados pela imprensa, que teve acesso a declarações de renda de um deputado - Júlio determinou, na semana passada, que houvesse cortes nas verbas dos parlamentares, o que reduziu o ganho de cada um para R$ 23 mil. Mesmo assim, diversas entidades, como a Federação das Indústrias de Minas (Fiemg), ameaçam entrar na Justiça contra os deputados, exigindo devoluções aos cofres públicos de recursos já recebidos.