O Ministério Público Federal listou ao todo 22 empresas como participantes do cartel de empreiteiras formado para fraudar licitações, corromper agentes públicos e desviar recursos da Petrobrás. Os procuradores que fazem parte da força-tarefa da Lava Jato concluíram que 16 empresas se organizavam em uma espécie de "clube", com regras de "torneio", para fatiar obras públicas entre 2004 e 2012. Outras seis empresas atuariam esporadicamente no clube. Todas serão alvo de futuras denúncias criminais. "A partir do ano de 2006, admitiu-se o ingresso de outras companhias no denominado clube, o qual passou a ser composto por 16 empresas", sustentam as cinco acusações formais contra 25 pessoas ligadas às seis primeiras denunciadas - Camargo Corrêa, OAS, Mendes Júnior, Engevix, Galvão Engenharia e UTC Engenharia. "Algumas outras empresas de fora do clube ainda participaram e venceram de forma esporádica determinadas licitações na Petrobrás, mediante negociação com o 'clube'", dizem as denúncias. Segundo o Ministério Público Federal, o clube das empreiteiras tinha outros grupos empresariais permanentes: as construtoras Odebrecht, Techint, Andrade Gutierrez, Promon, MPE, Setal-Sog, Skanska, Queiroz Galvão, Iesa e GDK. Os procuradores afirmaram na acusação formal que "algumas empresas de fora" participaram e "venceram de forma esporádica determinadas licitações na Petrobrás, mediante negociação com o 'clube'". Citam a Alusa, Fidens, Jaraguá Equipamentos, Tomé Engenharia, Construcap e Carioca Engenharia. Dez (Odebrecht, Andrade Gutierrez, OAS, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, Galvão Engenharia, Construcap, Carioca Engenharia, Mendes Júnior e Techint) das 22 empresas estão entre as 25 maiores do segmento no País de acordo com o Ranking da Engenharia Brasileira divulgado pela revista O Empreiteiro. Em 2013, elas tiveram receita bruta somada de R$ 41 bilhões. O esquema de lotear as obras públicas da Petrobrás já havia sido apontado pelos delatores da Lava Jato. Documentos que comprovam o clube das empreiteiras, porém, foram apreendidos na sede da Engevix, em Barueri (SP), segundo a Polícia Federal. As 16 empresas do clube já negaram irregularidades. A Alumini Engenharia (antiga Alusa) disse que "jamais participou de qualquer 'clube' para combinar preços ou dividir obras". A Carioca Engenharia disse que não foi notificada e não iria se pronunciar. Representantes da Fidens, Jaraguá Equipamentos, Tomé Engenharia e Construcap não foram localizados.