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Dentistas pedem reforço em equipes de saúde bucal

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Por Agencia Estado
Atualização:

Cirurgiões-dentistas reunidos no 21º Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo reivindicam a ampliação do número de equipes de saúde bucal do Programa de Saúde da Família (PSF) do Ministério da Saúde. A proposta está em discussão no evento e será encaminhada para os três níveis de governo - federal, estadual e municipal. O objetivo da reivindicação é aumentar o acesso de populações carentes à assistência odontológica. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 30 milhões de brasileiros nunca foram ao dentista. Para cada duas equipes de PSF (formada por médico, enfermeiro e agente de saúde), há uma de saúde bucal. Os cirurgiões-dentistas querem que a proporção seja de uma para uma. Em todo o País, há 4 mil equipes de saúde bucal no PSF. "Mais gente depende do serviço público de saúde para ir ao dentista do que para ir ao médico", diz Marco Antônio Manfredini, coordenador do projeto de saúde coletiva no congresso. Ele se baseia no número de brasileiros que possuem plano de saúde e, por isso, não precisam do atendimento público: 35 milhões de pessoas têm cobertura médica e só 5 milhões, odontológica. Para João Carlos Coelho de Faria, diretor de odontologia preventiva e saúde coletiva da Regional de São Paulo da Associação Brasileira de Odontologia, prevenção é fundamental na área de saúde bucal. "E o trabalho preventivo teria espaço com as equipes integradas ao PSF. Comunidades carentes não têm nem acesso à informação sobre saúde bucal." Além de acesso à assistência e informação, a fluoretação da água encanada contribui para a prevenção da cárie. Foi esse item que diminuiu o número de dentes cariados nas crianças. Mas nem toda a população do País tem água fluoretada em casa: o benefício atinge apenas 70 milhões dos 170 milhões de brasileiros. "Queremos que a fluoretação das águas seja estendida para todo o Brasil", ressalta Manfredini. Se o desafio de diminuir a cárie nas crianças já foi superado, o próximo passo é investir em outras faixas etárias que sofrem de problemas bucais diferentes. Adolescentes de 15 a 19 anos, adultos de 35 a 44 e idosos de 65 a 74 são as faixas etárias mais atingidas por problemas bucais. "Precisamos estabelecer prioridades de atendimento", diz Faria. E para isso é preciso saber quais são as principais doenças da boca do brasileiro e como elas se distribuem geograficamente e pelas faixas etárias. Até julho, será concluído o levantamento nacional de saúde bucal. Participam da pesquisa 250 municípios das cinco regiões do País.

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