PUBLICIDADE

Dengue pode ter matado mais 16 pessoas no Rio

Por Agencia Estado
Atualização:

Mais 16 pessoas podem ter morrido de dengue no Estado do Rio de Janeiro. As mortes estão sendo investigadas pela Secretaria Estadual de Saúde e, se forem confirmadas, o número total de vítimas fatais causadas pela doença pode subir para 27 desde o início do ano. A informação é de Yolanda Bravin, superintendente de Saúde Coletiva da secretaria. Até agora, segundo os números oficiais, 11 pessoas morreram de dengue no Estado - 8 no município do Rio. Dos 16 novos óbitos suspeitos, 13 ocorreram na cidade, e os outros três em cidades da Região Metropolitana. Dia D contra a dengue Nesta segunda-feira, o diretor do Laboratório Noel Nutels, Oscar Berro, iniciou uma campanha pela realização de um ?dia D? contra a dengue, "um dia em que todos se uniriam para acabar com a epidemia", segundo Berro. "Temos que mobilizar a população para tomar medidas contra a proliferação da doença", explicou. "Já conseguimos tirar um presidente com um impeachment. Podemos fazer o mesmo com o aedes aegypti (o transmissor do vírus da dengue).? O alerta de Berro se justifica. O último balanço da Secretaria Estadual da Saúde contabilizou mais de 25 mil casos da doença no Estado (8.520 na cidade do Rio). E esse número está abaixo do total real. Hospitais insuficientes A epidemia da dengue no Rio está congestionando hospitais e postos de saúde de todo o Estado. Apenas no último fim de semana foram recolhidas para análise em laboratório 2.500 amostras de sangue de pessoas com suspeita da doença. O aumento da procura na emergência não afeta apenas os hospitais públicos. Hospitais particulares estão sendo obrigados a mobilizar mais funcionários para atender o excedente. Este é o caso do Hospital Barra D´Or, um hospital privado da Barra da Tijuca, zona sul do Rio. Em vez da tradicional média de atendimento de cerca de 6 mil pacientes por mês, em janeiro o hospital recebeu 7,5 mil pessoas, a maioria com sintomas da dengue. Por causa disso, o hospital abriu uma nova ala apenas para o atendimento da doença. O hospital também foi obrigado a aumentar o número de profissionais de saúde nessa ala, reforçando o corpo médico com 25 profissionais. Alerta contra excesso de Tylenol Os médicos estão alertando sobre os riscos do uso indevido de paracetamol (nome genérico do Tylenol). A ingestão de uma dose muito grande pode provocar intoxicação e até levar à morte. Mas o remédio ainda continua sendo o melhor tratamento para reduzir a dor e baixar a febre, afirma Paulo Feijó, professor-adjunto de infectologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A morte causada por uma dose excessiva de paracetamol, afirma o médico, é muito improvável. "Seria preciso que o paciente tomasse dezenas de comprimidos para morrer por causa disso. É claro que devemos alertar sobre o risco, mas não deve haver pânico desnecessário porque esse remédio ainda é a melhor terapia para dengue." A grande maioria das mortes por dengue ocorre quando a vítima desenvolve a forma mais perigosa da doença, a hemorrágica. Neste caso, a dengue provoca hemorragias internas e perda de sangue das veias que podem levar à falência de órgãos vitais, como coração, pulmões e outros. "Não existe mistério nem novidade em relação à dengue, e o que temos que fazer é tratar da maneira correta e evitar pânico", alerta Feijó.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.