Demóstenes Torres protocola pedido no Senado para retomar mandato

Senador era um símbolo da ética na Casa, quando em 2012, foi cassado após acusações de usar o mandato para favorecer o bicheiro Carlinhos Cachoeira; Senado diz que pedido é 'inédito e não tem previsão regimental'

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Por Gilberto Amendola
Atualização:

O advogado do senador cassado Demóstenes Torres (sem partido, ex-DEM-GO), Pedro Paulo Medeiros, protocolou nesta terça-feira, 11, um pedido para que o político retome o seu mandato na Senado. Segundo o próprio advogado, “ainda não há prazo para que o assunto entre na pauta do Senado – principalmente agora que eles estão às voltas com as reformas trabalhista e da Previdência. 

Procurada, a assessoria do Senado disse que o pedido é "inédito e não tem previsão regimental, é inédito e não tem previsão regimental. de forma que será oportunamente pautado em reunião da Mesa para que possa ser definida sua tramitação."

O entãosenador Demostenes Torres DEM-GO) durante sessao no Senado, em 2009 Foto: CELSO JUNIOR/AE

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Demóstenes era tido como símbolo da ética no Congresso, quando foi cassado há exatos cinco anos por quebra de decoro parlamentar. Ele foi acusado de usar o mandato para favorecer o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Em 2012, o contraventor foi preso pela Polícia Federal durante a Operação Monte Carlo sob acusação de explorar jogos ilegais e corrupção.  Originalmente, Demóstenes teria seus direitos políticos cassado até 2027.

Como perdeu  o foro privilegiado que tinha como senador, Demóstenes não foi julgado pelo Supremo Tribunal Federal. Mas, como  procurador de Justiça do Ministério Público de Goiás, o  julgamento de Demóstenes foi para  o Tribunal de Justiça de Goiás.

E foi a Corte Especial do Tribunal de Justiça de Goiás que arquivou, no mês passado, as ações penais contra o ex-senador. O arquivamento foi uma consequência da anulação das provas e interceptações feitas pela Polícia Federal na operações Monte Carlo. “Não pesa mais nenhuma denúncia sobre Demóstenes. A partir dessa decisão, estamos trabalhando para reaver no Senado o mandato que lhe foi tirado e também a questão da inelegibilidade”.