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Demóstenes: PF descarta ação institucional da Abin

Por Eugênia Lopes
Atualização:

O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) concluiu seu depoimento de mais de duas horas para a Polícia Federal sobre o episódio do grampo telefônico que captou uma conversa sua com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes. Segundo ele, a PF tem a mesma linha de cogitação do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, general Jorge Armando Felix, que levantou a hipótese de a escuta clandestina ter sido feita isoladamente por um agente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), sem se caracterizar como uma ação institucional. "O foco principal é a possibilidade inicial de ter sido algum espião desviado de suas funções na Abin", disse o senador. No depoimento, feito ao delegado da Polícia Federal Wiliam Morad, o senador disse que, em sua opinião, o mais provável é que o monitoramento telefônico indevido tenha sido feito no telefone de Mendes. Demóstenes disse ainda que a polícia do Senado já fez uma varredura nos telefones da Casa e não encontrou nada. Neste momento, peritos da PF, que acabaram de vistoriar os telefones do gabinete do senador, estão na central de telefonia do Senado para fazer uma perícia. "É mais fácil que o grampo tenha sido feito no celular do ministro Gilmar. É muito mais difícil um grampo aqui no Senado", disse Demóstenes. O senador contou ainda que os policiais não mencionaram o nome do sócio-fundador do Grupo Opportunity, Daniel Dantas, um dos presos na Operação Satiagraha, mas "disseram que não se pode descartar que empresas de telefonia e outras pessoas tenham atuado clandestinamente".

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