PUBLICIDADE

Demóstenes: CPI não pode proteger pessoas ou partidos

PUBLICIDADE

Por Elizabeth Lopes
Atualização:

O relator da CPI do Apagão Aéreo no Senado, Demóstenes Torres (DEM-GO), afirmou hoje que o seu relatório final é importante e mostra que a CPI cumpre sua função constitucional. "Nós não podemos entrar naquela de começar uma CPI para fazer um acordo no final e proteger as pessoas que são ligadas a um partido ou a outro. CPI é como inquérito policial ou uma investigação do Ministério Público se os parlamentares se conscientizarem disso. É um instrumento importante, inclusive, para o combate da corrupção no Brasil", disse. O relatório deve ser apresentado na quarta-feira. Questionado se o seu relatório final será muito mais duro do que o da CPI do Apagão Aéreo e se poderá pedir o indiciamento de pessoas ligadas à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e à Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), conforme divulgaram alguns órgãos de imprensa, o senador argumentou que não poderia se manifestar a respeito do conteúdo do documento por causa do sigilo. "É coincidente sim (com o que a imprensa tem publicado) com o meu relatório", contou. O senador não desmentiu que recebeu algum tipo de pressão para não incluir determinados nomes na lista de pedidos de indiciamento em seu relatório final. "(Pressão) Sempre sofre. Mas tem pessoas que gostam de sofrer pressão. Pedidos aconteceram, mas trabalhei sempre em conjunto com a Polícia Federal, Controladoria Geral da União, Tribunal de Contas da União (TCU) e Ministério Público Federal para fazer um trabalho técnico." Corrupção Demóstenes Torres disse ainda que no seu entender, a corrupção é suprapartidária, já que o corrupto se entende muito bem com o outro, independente de partido. "Eu até digo que a corrupção não nasceu com o (presidente) Lula, foi aprimorada. E o (ex-presidente) Fernando Henrique tem muita culpa nisso também e eu não posso deixar de combater isso ou aquilo por pertencer a algum partido político, pois a corrupção, para mim, é suprapartidária."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.