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Demissão de Palocci não dará sossego a Lula

Partidos da base aliada e da oposição têm a mesma opinião sobre a crise vivida pelo governo

Por Agencia Estado
Atualização:

Aliados e adversários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso concordam em pelo menos um ponto: a demissão do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, pode até pôr um ponto final no caso da violação do sigilo do caseiro Francenildo Santos Costa, mas não dará paz ao governo. "O que debela crise não é uma demissão, mas a ausência de fatos que comprometam o governo", avaliou o deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA). Algo distante de acontecer, na avaliação do líder do PFL, Rodrigo Maia (RJ): "Há fatos graves neste governo todos os dias, e o papel da oposição é continuar cobrando respostas." Pouco depois da queda de Palocci, por exemplo, o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), deu mostras que vai reforçar a artilharia contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva: "Não é possível que o presidente continue dizendo que não sabe de nada. A crise é gravíssima", avaliou. Mais pressão Aliados do governo também estão convencidos de que a pressão deverá continuar, apesar da saída de Palocci. "O presidente Lula não terá sossego, porque o papel da oposição é criar embaraços para o governo", resumiu, pragmático, o líder do PMDB no Senado, Ney Suassuna (PB). Mesmo na condição de aliado de Lula, Suassuna não tem dúvida de que, se caiu um alvo, a oposição vai procurar outro e escolher o próximo rapidamente. Apesar de comentários como o de Antero Paes de Barros, Suassuna disse não acreditar que o próprio Lula possa a vir o próximo alvo. E justifica: " Não será o presidente, porque se cria uma crise institucional e isto a oposição não quer". O deputado Rodrigo Maia (RJ), observa ainda que, mesmo com a saída de Palocci, a imagem do governo Lula dificilmente se livrará da marca de violação do sigilo bancário. O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), disse que "o fato é que a sociedade brasileira o demitiu, ao mostrar que não dá para vivermos numa república de bodes expiatórios. Temos de viver em uma república de culpados comprovados e de inocentes verdadeiros", disse.

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