
29 de junho de 2009 | 19h26
Com a bancada dividida, o DEM se reúne na terça-feira, 30, às 12 horas, para discutir se retira ou não o apoio ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Com a divisão, a tendência verificada até a tarde desta segunda-feira, 29, é de que a reunião de terça não será decisiva.
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Parlamentares do DEM consideram, no entanto, que a posição do partido será definida nesta semana e deverá selar o futuro político de Sarney na Casa. O DEM foi decisivo para a eleição de Sarney e negociou a primeira secretaria na Mesa, ocupada pelo senador Heráclito Fortes (DEM-PI). Caso o DEM retire o apoio, Sarney ficará fragilizado e, no mínimo, presidindo apenas parte da Casa.
No Senado, a correlação de forças entre governo e oposição é bastante equilibrada e, não raras vezes, o governo perde nas votações. O PT, que na eleição para a presidência do Senado se opôs a Sarney e ficou com o senador Tião Viana (PT-AC), tem apoiado a permanência do presidente da Casa com interesse em ter o PMDB na aliança eleitoral em 2010.
As conversas no DEM prosseguem ainda nesta segunda e na terça antes da reunião. A maioria da bancada ainda não está decidida a retirar o apoio a Sarney. Nesse grupo estão o líder do partido, senador Agripino Maia (RN), e os senadores Heráclito Fortes e Antonio Carlos Magalhães Júnior (BA), entre outros.
Um dos defensores da saída do presidente do cargo é o senador Demóstenes Torres (GO), que, na semana passada, já pediu que Sarney não presida os processos que apuram as denúncias de irregularidades que teriam sido praticadas, no Senado, pelos ex-diretores Agaciel Maia e João Carlos Zoghbi.
O DEM está incomodado com as denúncias contra a administração de Sarney. A reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo" que revelou, na semana passada, a participação de um neto do presidente, José Adriano Cordeiro Sarney, na intermediação de empréstimos com desconto na folha de pagamento dos servidores do Senado piorou muito a situação política do partido na manutenção do apoio a Sarney.
O partido tem sido responsabilizado pela sobrevivência política do presidente do Senado, que, ao mesmo tempo, tem recebido reiteradas declarações de apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na reunião de terça-feira, a bancada do DEM poderá dar um prazo a Sarney, com uma declaração cobrando esclarecimentos que comprovem ter ele as condições necessárias para se manter no cargo.
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