DEM expulsa deputado ligado a milícias no Rio

O parlamentar está preso, acusado de chefiar uma milícia armada, sob o nome Liga da Justiça

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Por Agência Brasil
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A Executiva Nacional do Democratas decidiu nesta quarta-feira, 6, expulsar dos seus quadros do partido o deputado estadual Natalino José Guimarães, do Rio de Janeiro. O parlamentar está preso, acusado de chefiar uma milícia armada - quadrilhas chefiadas por policiais, que dominam comunidades pobres e recentemente têm atuado na campanha eleitoral, intimidando eleitores e candidatos -, sob o nome Liga da Justiça, que atua em bairros da zona oeste da capital. A decisão foi unânime entre os 14 membros da Executiva. Veja também: Relatório aponta 171 comunidades dominadas por milícias no Estado Natalino Guimarães acusa polícia de 'plantar' armas em sua casa Deputado suspeito de ligação com milícias é preso no Rio Grupo faz 'panelaço' contra prisão de deputado no Rio Deputados do Rio discutem nesta quarta prisão de Guimarães  O senador Demóstenes Torres (DEM-GO), que relatou o processo contra o deputado perante a executiva, disse que "todos os fatos e provas [contra Natalino] compõem um quadro não condizente com a responsabilidade, autenticidade e moralidade, que a mais elementar razão exige para o exercício de um cargo de representação político-eletiva, seja qual for o partido". Um relatório confidencial da Subsecretaria de Inteligência (SSI) da Secretaria de Segurança do Rio informou que as milícias já estão em 171 localidades de dez cidades fluminenses, principalmente na capital. O documento, enviado à CPI das Milícias da Assembléia e obtido no final de julho pelo Estado, identifica 521 pessoas supostamente envolvidas nesses grupos, entre elas o deputado Natalino e seu irmão, o vereador Jerônimo Guimarães Filho (PMDB), o Jerominho, que também está preso. O vereador Josinaldo da Cruz, o Nadinho de Rio das Pedras (DEM), que esteve preso em 2007, também integra a lista. Outros três vereadores (dois de Duque de Caxias) são apontados como milicianos. O levantamento foi feito com base em boletins de ocorrência envolvendo milicianos, em informações repassadas ao Disque-Denúncia, no noticiário da imprensa e em trabalho de inteligência policial. O relatório aponta, como integrantes das milícias, 156 policiais militares (entre os quais sete oficiais: dois majores e cinco capitães); 18 policiais civis, incluindo um delegado da Baixada Fluminense; 11 integrantes do Corpo de Bombeiros; três agentes penitenciários, e três membros das Forças Armadas. Os demais são todos civis, entre os quais alguns ex-policiais. Como parte da relação se baseou em informações repassadas pelo Disque-Denúncia, que são anônimas, o Estado optou por citar apenas os políticos que foram presos sob acusação de envolvimento com esses grupos.

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