Delegados querem padronizar combate ao tráfico

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Por Agencia Estado
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Os delegados responsáveis pelo combate às drogas em todo o País, reunidos em Brasília na semana passada, no 1º Encontro Nacional dos Delegados de Entorpecentes e Drogas, decidiram-se pela criação de uma estrutura padronizada para enfrentar da mesma forma, em todo o território nacional, o crime organizado do narcotráfico. Durante quatro dias - de 29 ao dia 1º - os policiais discutiram os problemas do dia-a-dia, as dificuldades materiais, a falta de pessoal e analisaram o crescimento do tráfico em quase todo o País. Na Carta de Brasília, os delegados afirmam que "o crime organizado evoluiu, os aparelhos de segurança pública em todos os Estados estão aquém do ideal e muitas vezes inoperantes e desarticulados." Eles decidiram que a União deve recomendar aos Estados e ao Distrito Federal que mantenham em seus cargos os policiais especializados no combate ao tráfico para a continuidade das apurações. Pretendem, ainda, ter à disposição recursos materiais e de convênios que facilitem as ações das polícias em todo o País. Os delegados querem que a União encontre uma maneira de destruir as drogas após a apreensão e a conclusão do laudo pericial de constatação. Eles pretendem que os representantes do Ministério Público, do Poder Judiciário e da Vigilância Sanitária acompanhem a destruição. Os federais querem também que sejam instaladas em pouco tempo as Varas Privativas de Entorpecentes nos Estados. O delegado Marco Antonio Ribeiro de Campos, diretor do Departamento de Investigações Sobre Narcóticos (Denarc), de São Paulo, disse que a cooperação entre os Estados é fundamental para enfrentar os narcotraficantes. "Precisamos nos reunir mais vezes e nos organizar, porque os criminosos estão se organizando cada vez mais", afirmou. O encontro foi coordenado pela Secretaria Nacional de Segurança Pública. A Polícia Federal prendeu, em todo o País, de 1º de janeiro a 18 de outubro, 2.032 traficantes e indiciou 194 pessoas por uso de drogas. Foram descobertas no mesmo período 291 plantações de maconha e três laboratórios de refino de cocaína. Os policiais federais apreenderam neste ano 4 mil litros de acetona usada no refino da coca, 5,4 toneladas de cocaína, 123 toneladas de maconha, 650 quilos de pasta base de coca e destruíram 3 milhões de pés de maconha. Também foram apreendidos 122 quilos de crack, 36 quilos de haxixe, 62 quilos de sementes de maconha e material químico para o complemento do refino, como éter, bicarbonato de sódio, ácido sulfúrico, ácido cloridato e ácido bórico.

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