A Associação dos delegados de Pernambuco (Adepe) entrou hoje na Justiça com um pedido de prisão do secretário estadual de Administração, Maurício Romão, que deixou de pagar uma gratificação de 225% a delegados, médicos legistas e peritos criminais. O pagamento foi determinado em ordem judicial dada em novembro passado. A gratificação, aprovada por lei estadual em 1997, é paga apenas aos policiais civis de nível intermediário - agentes e comissários. Romão não acredita que a Justiça aceite o pedido de prisão. "Cumpro com meu dever, como servidor, de preservar as finanças públicas", afirmou ele. "Somente a concessão dessa gratificação representaria um aumento mensal de R$ 1,8 milhão na folha de pessoal." Ele disse ter encaminhado o assunto à Procuradoria do Estado, que entrou com uma ação de suspensão da sentença no Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente da Adepe, Ricardo Varjal, retrucou que a ação não tem efeito suspensivo, por isso, o governo deveria conceder a extensão do benefício para depois recorrer. Os delegados realizam assembléia no dia 7 de março e não descartam a possibilidade de pedir intervenção no Estado. "O princípio legal tem que ser cumprido", afirmou Varjal. "O governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) não pode dar o mau exemplo." A gratificação significa um aumento aproximado de R$ 2 mil no salário dos delegados, que é atualmente de R$ 4.360,00. Segundo Varjal, mesmo com vencimentos de R$ 6.360,00, os delegados ainda ganhariam menos que um procurador de Estado, quando, ressaltou ele, "o STF já deu sentença pela equiparação dos salários dos dois cargos".