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Delegados da PF pressionam por reposição salarial

Os delegados denunciam 'falta de estrutura e de recursos humanos' e tentativas de acabar com aposentadoria

Por Fausto Macedo - O Estado de S. Paulo
Atualização:

SÃO PAULO - Reunidos em São Paulo, delegados da Polícia Federal discutiram o que chamam de "sucateamento da instituição" e "descaso do governo em relação aos pleitos da categoria".

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Em assembleia realizada na última segunda feira, 18, os delegados debateram "a falta de empenho na aprovação de leis que assegurem prerrogativas para o trabalho independente e imparcial dos delegados federais".

A reunião ocorreu no auditório da Superintendência Regional da PF em São Paulo. Cerca de 50 delegados participaram da assembleia.

Os delegados denunciam "falta de estrutura e de recursos humanos, tentativas de acabar com a aposentadoria policial e a demora do governo em promover a reposição de perdas inflacionárias".

Segundo Amaury Portugal, presidente do Sindicato dos Delegados da PF em São Paulo, a classe está insatisfeita "com o tratamento recebido do governo".

"Os delegados temem que, caso não haja ações concretas no sentido de fortalecer a Polícia Federal, o País não estará em condições de receber a contento os grandes eventos da Copa do Mundo e das Olimpíadas", declarou Amaury Portugal.

Ele disse que manifestações previstas durante a RIO+20 foram adiadas porque os delegados entendem a importância estratégica do evento para o País. "O adiamento dessas manifestações também se deu porque os delegados ainda acreditam nas palavras dos ministros da Justiça e do Planejamento de que os pleitos serão resolvidos até o fim de julho", disse o presidente do Sindicato dos Delegados da PF/SP.

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"Caso contrário a classe promete se engajar em movimentos de protesto para demonstrar à população que o governo não quer a Polícia Federal forte no combate ao crime organizado e não valoriza o órgão que é um dos mais respeitados do País", alerta Portugal.

"A insatisfação é muito grande", avalia. "Viaturas sem manutenção, pouca verba. Na fronteira a situação é crítica. Eu até fico preocupado porque tenho entendimento muito bom com o Ministério do Planejamento, mas o descontentamento é enorme."

Amaury Portugal informou que o Ministério do Planejamento, em 2011, calculou em 14,7% o volume de perdas salariais dos federais. "Não houve prosseguimento nas negociações, estimo que hoje a reposição deve ficar próxima dos 30%."

Segundo o delegado da PF, o secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, explicou que por ordem do ministério e da presidente Dilma Rousseff todas as negociações com categorias do funcionalismo federal estariam suspensas até o término da RIO +20.

Amaury Portugal disse ter informações de que Dilma estaria preocupada com movimentos reinvidicatórios de diversos setores do uncionalismo, não apenas da PF. Segundo ele, a presidente teria dito que seria desagradável se ela fosse a Washington e os policiais do FBI estivessem panfletando e fazendo movimento contra o governo americano. "Essa é uma vergonha que ela não gostaria de passar no Brasil", comentou Amaury Portugal.

 

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