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Delcídio prometeu R$ 4 mi para evitar delação de Cerveró e 'mesada' de R$ 50 mil para família

Ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo, informou aos seus colegas sobre as iniciativas do líder do governo no Senado para prejudicar as investigações

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Por Beatriz Bulla
Atualização:
Delcídio Amaral, ex-líder do governo Dilma no Senado Foto: Alex Silva/Estadão

Brasília - Em sessão extraordinária da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta manhã, que discute a prisão do senador Delcídio Amaral e do banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, o ministro Teori Zavascki relatou que houve uma promessa de pagamento de R$ 4 milhões para evitar que o ex-diretor da Petrobrás, Nestor Cerveró, firmasse acordo de delação premiada. 

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O senador chegou a oferecer, segundo o relator, auxílio financeiro em R$ 50 mil mensais à família de Cerveró, além de intercessão política em favor de liberdade junto aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e ajuda em fuga para a Espanha.

De acordo com as investigações da Procuradoria-Geral da República, seriam pagas vantagens indevidas à família do ex-diretor da Petrobras através de pagamentos simulados de honorários pelo BTG Pactual ao advogado Edson Ribeiro. Os valores, que segundo promessa do senador chegariam ao montante de R$ 4 milhões, seriam repassados pelo advogado à família de Cerveró aos poucos. 

O banqueiro André Esteves e o senador Delcídio Amaral Foto: Estadão

As tentativas de Delcídio em dissuadir o ex-diretor para não delatá-lo foram gravadas por Bernardo Cerveró, filho do delator, em duas reuniões ocorridas em setembro, no Rio de Janeiro, e a última na semana passada, em um hotel de luxo em Brasília. O banqueiro André Esteves, o advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, e o chefe de gabinete de Delcídio no Senado, Diogo Ferreira, também participavam das tratativas. 

Segundo relato de Zavascki, em delação premiada, Cerveró descreveu a prática de corrupção ativa por André Estever em pagamentos ao senador Fernando Collor (PTB-AL) em contrato de embandeiramento de 120 postos de combustíveis em São Paulo. Além de atos de corrupção por Delcídio envolvendo a compra da refinaria de Pasadena. 

Por meio de nota, a assessoria de imprensa do banco BTG Pactual informou que "estáà disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos necessários e vai colaborar com as investigações."

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