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Delcídio alerta para precedente aberto para Duda Mendonça

O presidente da CPI afirmou que o habeas- corpus que permitiu que Duda ficasse calado foi interpretado de maneira radical

Por Agencia Estado
Atualização:

Ao encerrar a parte aberta da sessão que ouve o depoimento do publicitário Duda Mendonça, o presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS) fez um duro alerta sobre os precedentes e conseqüências que poderão trazer para o futuro das investigações a rigorosa estratégia do silêncio determinada pelos advogados do depoente reforçada pelo habeas-corpus do Supremo Tribunal Federal (STF). "Estamos abrindo um precedente muito perigoso para um país como o Brasil. É grave o que aconteceu nesta quarta-feira", afirmou Delcídio depois de ler o habeas-corpus do ministro Gilmar Mendes, do STF, e salientar que o ministro deixara claro que o depoente estava obrigado a falar sobre fato que não implique auto incriminação. Nas mais de três horas de depoimento, Duda Mendonça repetia a cada pergunta a frase: "Não vou responder". Ele afirmou que qualquer resposta poderia prejudicar a sua defesa na Justiça. Obrigado a falar Delcídio Amaral salientou que o ministro Gilmar Mendes deixara claro que o depoente estava obrigado a falar sobre fato que não implique auto incriminação. Ele alertou para o fato de a auto incriminação ter sido tratada com extrema subjetividade. Segundo Delcídio, o habeas-corpus que permitiu que Duda ficasse calado foi interpretado de maneira absolutamente radical e que isso nunca aconteceu na CPI. "É extremamente perigoso para o País, para democracia e para o Legislativo", insistiu Delcídio. Secreta Dirigindo-se ao publicitário e chamando-o de Duda e você, o senador lembrou que na primeira vez em que prestou depoimento espontaneamente e que nesta quarta-feira todos esperavam que seria diferente uma vez que vários fatos aconteceram depois de seu depoimento em 11 de agosto passado. Para o presidente da CPI, nem nos casos mais condenáveis envolvendo pessoas que cometeram os erros mais repugnantes os depoentes assumiram comportamentos parecido com o de hoje em que os advogados fizeram uma orientação dura e drástica. "Entramos num terreno subjetivo e extremamente perigoso. Quem tem o direito do silêncio é quem tem a condição de contratar excelentes advogados?", questionou." Duda Mendonça participa neste momento da parte secreta da sessão da CPI dos correios com a presença de quatro parlamentares que foram aos Estados Unidos buscar informações sigilosas sobre a movimentação bancária do publicitário.

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