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Delator liga Renan e Jucá a cartel, afirma revista

Ricardo Pessoa, da UTC, detalhou envolvimento dos senadores do PMDB em esquema de desvios no setor elétrico

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Por Redação
Atualização:

O presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e o senador Romero Jucá (RR), ambos do PMDB, receberam propina no mesmo esquema do setor elétrico que teria beneficiado o ex-ministro das Minas e Energia Edison Lobão, segundo reportagem publicada na edição desta semana da revista Época.

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Os três, de acordo com a revista, aparecem em investigações da Procuradoria Geral da República e da Polícia Federal sobre desvios na construção da usina nuclear de Angra 3.

A reportagem informa que o empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC, se encontrou com o presidente da Eletronuclear, almirante Othon Pinheiro, às vésperas das eleições do ano passado, na qual foi pressionado a pagar propina a senadores do PMDB. No momento do encontro, contratos que somavam R$ 3,1 bilhões estavam prestes a ser assinados com o consórcio de empreiteiras que tinha a UTC entre os componentes.

Além das pressões de Pinheiro, Pessoa relatou, em sua delação premiada, que Renan, Jucá e Lobão negociaram diretamente o recebimento de propinas. Renan, em um jantar em 2014, teria pedido R$ 1,5 milhão em forma de doação oficial para sua campanha. Jucá, por sua vez, teria solicitado verba para a campanha de seu filho, Rodrigo Jucá, candidato a vice-governador de Roraima. Já Lobão teria pedido um “adiantamento”, que foi pago em espécie, no valor de R$ 1 milhão. O Estado não conseguiu contato com os senadores até o fechamento desta edição. 

Renan não comentou as denúncias, mas a equipe de defesa do parlamentar considera que a delação de Pessôa é fantasiosa e baseada em ilações. 

Em outro ramo das investigações sobre o cartel formado em torno da construção de Angra 3, a empreiteira Camargo Corrêa, por meio de acordo de leniência com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), revelou ao órgão antitruste federal novos nomes de executivos de outras grandes empresas do País que estariam envolvidos no esquema.

Ao todo, a Camargo Correia apontou ao Cade os nomes de 18 executivos de seis empreiteiras: UTC, Andrade Gutierrez, Odebrecht, Techint, Queiroz Galvão e EBE. Elas se uniram em consórcio, chamado Angramon, e venceram as licitações para tocar obras de montagem eletromecânica da usina.

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