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Defesa de Marcos Valério espera rejeição de denúncia

Por Eduardo Kattah
Atualização:

Enquanto o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza evita declarações sobre a análise da denúncia da Procuradoria Geral da República contra 40 pessoas acusadas de envolvimento com o mensalão, seu advogado, Marcelo Leonardo, afirma que espera a rejeição parcial ou total em virtude dos "defeitos técnicos" da acusação formal. Leonardo repetiu hoje argumentos apresentados na defesa de seu cliente, como o que chamou de "inépcia da denúncia por falta de descrição da conduta individualizada de cada um dos denunciados". O advogado criminalista também acredita na possibilidade de rejeição total da acusação afirmando que a peça, "em grande parte, está baseada em provas obtidas de forma ilícita". "E pode haver parcial pelos defeitos que ela contém para cada uma das seis acusações fundamentais", disse. Leonardo orientou Valério a evitar a imprensa nos dias que antecedem o julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF) do recebimento ou não da denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza. Apontado como operador do suposto esquema de pagamento de propina a parlamentares em troca de apoio ao governo durante o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-sócio das agências DNA Propaganda e SMPB Comunicação foi denunciado como cabeça do denominado "núcleo publicitário" da "quadrilha". O advogado Rogério Tolentino, sócio de Valério em um escritório na zona sul da capital mineira e denunciado pela Procuradoria, também preferiu não falar sobre o assunto. Outro acusado de fazer parte do "núcleo publicitário", o ex-sócio da SMPB, Ramon Hollerbach Cardoso, está confiante. Conforme seu advogado, Hermes Guerreiro, a denúncia "não descreve uma única conduta" criminosa de seu cliente. Segundo ele, Cardoso foi acusado a reboque das práticas conduzidas por Valério. "O crime do Ramon seria ser sócio da SMPB. Ele nunca negou, era vice-presidente da agência. E isso não é crime."

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