PUBLICIDADE

Defesa de Jefferson deve questionar não-inclusão de Lula

Por Ricardo Brito
Atualização:

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ayres Britto, abriu na tarde desta segunda-feira a oitava sessão de julgamento do processo do mensalão. O advogado Luiz Francisco Corrêa Barbosa, que defende o presidente do PTB e denunciador do mensalão, ex-deputado Roberto Jefferson (RJ), deverá questionar por que o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não foi incluído no processo.O pedido já foi levado ao Supremo repetidas vezes, sendo em todas as ocasiões rejeitadas. Reservadamente, um dos ministros do STF afirmou que o nome de Lula não foi incluído no processo por estratégia do Ministério Público. Se Lula fosse denunciado, as investigações ficariam travadas.Contra Jefferson pesa acusação de ter recebido R$ 4,5 milhões no esquema, depois de ter fechado um acordo em que o PT teria prometido entregar R$ 20 milhões ao PTB. O advogado de Jefferson, o segundo entre os cinco defensores a apresentar sua sustentação oral nesta tarde, deve repetir o mesmo roteiro dos demais réus. Confirmará que houve repasse de recursos, como acusa o Ministério Público, mas insistirá na tese de que o dinheiro era parte de um acordo eleitoral entre PTB e PT. Assim, tentará livrar seu cliente das acusações de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro.Serão ouvidas ainda as defesas de mais quatro réus: do ex-deputado Bispo Rodrigues (ex-PL, atual PR-RJ); do ex-deputado Romeu Queiroz (PSB-MG), que era do PTB na época do escândalo; do ex-deputado José Borba (PMDB-PR) e de Emerson Palmieri, então primeiro-secretário do PTB.Segundo o Ministério Público, Bispo Rodrigues recebeu R$ 150 mil do esquema para votar a favor do governo. Sua defesa deverá afirmar que o dinheiro recebido era para pagar dívidas de campanha de 2002. Romeu Queiroz teria recebido R$ 102 mil. A defesa deve confirmar recebimento do valor, mas dizer que foi repassado ao PTB. Já a defesa de José Borba negará que o ex-deputado tenha recebido os R$ 200 mil, como sustenta a acusação.Por fim, será feita a defesa de Emerson Palmieri, que teria recebido R$ 4 milhões do esquema para o PTB e ajudado na formalização do acordo em que o PT teria prometido R$ 20 milhões à sigla. Sua defesa deve dizer que Palmieri apenas cumpria ordens.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.