'Defendo as vítimas, negros, gays e crentes'

Ex-comandante da Rota foi indicado a uma das vagas na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de São Paulo

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Por Marcelo Godoy
Atualização:
Pauta. Comissão vai abordar todos os temas, diz Telhada Foto: EVELSON DE FREITAS/ESTADÃO

O coronel Paulo Adriano Telhada, de 63 anos, é o primeiro ex-integrante das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) a ocupar uma cadeira na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia. Ontem, ele defendeu sua escolha.

Coronel, por que a Comissão de Direitos Humanos?

Essa é uma comissão em que vou começar a trabalhar. Como bom militar, vou ouvir e aprender. Estou em quatro comissões e nas Frentes Parlamentares de Segurança, Evangélica e Ferroviária. Vim aqui para trabalhar.

Quem vai presidir a Comissão?

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Será o Bezerra (Carlos Bezerra Junior). Ele é uma das pessoas mais preocupadas com a minha ida para lá. Não sei por quê. Em vez de estar feliz, está assustado. Não sei se está com medo de perder espaço ou de que eu vá tumultuar. O que quero é trazer uma face nova à Assembleia na parte dos direitos humanos, porque a população, mais do que nunca, precisa de direitos humanos. Temos várias vítimas diárias no Estado que não recebem o devido apoio do governo. A Comissão é para isso: garantir esses direitos.

Algum tema não poderá ser abordado na comissão?

Não há nenhum tema impedido ou que me incomode.

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Casamento gay, por exemplo?

De jeito nenhum. Tenho no meu gabinete pessoas com essa opção. Tenho um projeto que pune a discriminação de raça, sexo, cor, religião, origem, etnia, deficiência, doença ou orientação sexual no comércio. Por exemplo: você é gay e não pode entrar ali. Há discriminação religiosa: o cara é macumbeiro ou crente e não pode ficar ali. A turma está confundindo: os policiais são os principais defensores dos direitos humanos.

Mas as pessoas dizem que na Rota o senhor matou vários...

Com certeza. E não me arrependo em nenhum minuto disso. Estava dentro da lei, trabalhando. Fui julgado, não devo nada. E estou tranquilo para assumir essa função.

/ M.G.

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