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Declarações das Forças Armadas são 'irrelevantes', diz Jobim

Exército considera fala do ministro sobre livro que relata histórias da ditadura militar 'ameaça desnecessária'

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Por Redação
Atualização:

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, classificou de "absolutamente irrelevantes" as declarações de oficiais das Forças Armadas da reserva que criticaram sua fala com relação ao lançamento do livro Direito à memória e à verdade, na última quarta-feira. No lançamento do livro, Jobim disse que , ''não haverá indivíduo que possa a isto reagir e, se houver, terá resposta". O livro relata histórias de prisões, perseguições e torturas de militantes políticos durante a ditadura militar.   Veja também:   Leia íntegra de 'Direito à Memória e à Verdade' Blog do Guterman: O barulho dos esqueletos no armário  Brasil joga luz sobre seus anos sombrios, diz ''The Guardian''    O comandante do Exército, general Enzo Martins Peri, voltou nesta sexta da Argentina e terá que administrar insatisfação dos subordinados com o que está sendo considerado de  "ameaça desnecessária" , feita pelo  ministro da Defesa. A insatisfação já era grande com o próprio livro-relatório, lançado no Palácio do Planalto para enterrar as versões dadas pelo regime militar (1964-1985) para o desaparecimento de presos políticos. Traz mais de 400 casos e reconhece oficialmente, pela primeira vez no País, que as forças da repressão cometeram crimes como torturas. Para os militares, o livro só conta um lado da história. Um oficial relatou que eles ficaram "absolutamente perplexos" e "revoltados" com a afirmação de Jobim, durante o seu discurso.      Jobim garantiu que "a maioria absoluta dos militares sabe que este processo representa a pacificação e a conciliação nacional." "Aqueles que preferem ficar com os olhos do passado que fiquem e ficarão para trás."   O ministro está visitando a base aérea da Marinha em São Pedro D'Aldeia, no Estado do Rio, que está comemorando 91 anos. Segundo Jobim, "estamos em um processo em que aquela publicação culmina com o que iniciamos em 1995 com a edição da lei (que prevê a reparação de danos a presos políticos). Aqueles que têm a percepção de aquilo (que prevê a lei) é a conciliação nacional sabem que a conciliação se faz com o exercício da memória e não com a ocupação da memória".

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