PUBLICIDADE

Decisão sobre aliança governista fica para meados de 2002

Por Agencia Estado
Atualização:

Diante das dificuldades internas dos partidos que integram a base de sustentação política do governo, a decisão final sobre a manutenção ou não da aliança para a sucessão presidencial só ocorrerá em maio ou junho de 2002. A previsão foi feita pelos presidentes do PMDB, deputado Michel Temer (SP), do PSDB, deputado José Aníbal (SP), e do PFL, senador Jorge Bornhausen, que almoçaram hoje para mais uma rodada de conversas sobre a corrida presidencial. Eles voltarão a se encontrar no dia 10 de janeiro, desta vez em São Paulo. Os três concluíram ser necessário reeditar a aliança governista em 2002, mas admitem que não será uma tarefa fácil, sobretudo no primeiro turno. "Há um desejo comum de reeditar a coligação, mas existem dificuldades naturais. Neste momento, os partidos estão procurando fortalecer seus pré-candidatos", afirmou Jorge Bornhausen, que comemorava mais uma pesquisa favorável à pré-candidata do PFL à sucessão presidencial, Roseana Sareny. Candidatura explícita Na avaliação do deputado José Aníbal, para quem a pré-candidatura do ministro José Serra, da Saúde, tornou-se explícita com o afastamento - mesmo que temporário - do governador Tasso Jereissati (CE), da disputa dentro do PSDB, acha que ainda é cedo para decisões dentro da base aliada. "Cada partido terá sua construção interna", afirmou. A data de maio ou junho estabelecida pelos dirigentes do PSDB, PMDB e PFL para acertar a aliança coincide com o prazo da realização das convenções partidárias para a escolha de candidatos. Até lá, os integrantes da aliança terão condições de avaliar quem teria mais chances eleitorais. Para Aníbal, a posição confortável hoje de Roseana nas pesquisas não preocupa os tucanos, mesmo diante do fato de que, até agora, nenhum de seus pré-candidatos tenha apresentado bom desempenho nas pesquisas. "Temos claro quem é o nosso adversário", ressaltou o dirigente tucano, numa alusão ao petista Luiz Inácio Lula da Silva que, no seu entender, deveria estar preocupado com a ascensão de Roseana. Atrair o PTB No almoço realizado hoje, os dirigentes do PMDB, PFL e PSDB decidiram reforçar os contatos para manter o PPB na aliança governista e, ao mesmo tempo, recuperar o PTB que, formalmente, está apoiando o candidato do PPS, Ciro Gomes. A informação foi prestada pelo presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC). Quanto ao PMDB, que ainda não definiu que estratégia adotará caso o governador de Minas, Itamar Franco, ganhe as eleições prévias marcadas para o dia 17 de março, o deputado Michel Temer sustentou que, por isso mesmo, é impossível o partido assumir qualquer posição antes disso. "Não podemos deliberar nada agora, a não ser conversar", disse Temer. Para Bornhausen, a meta da convergência está estabelecida entre os partidos, e que isso implica "espírito público, diálogo e conversas sistemáticas".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.