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'Decisão foi um desalento', diz procurador mais votado no MP-SP

Felipe Locke Cavalcanti comentou decisão de Alckmin de preteri-lo para o comando da Promotoria

Foto do author Fausto Macedo
Foto do author Marcelo Godoy
Por Fausto Macedo e Marcelo Godoy
Atualização:

SÃO PAULO - “Foi um desalento, uma decepção”, disse nesta segunda-feira, 9, o procurador de Justiça Felipe Locke Cavalcanti, ao comentar a decisão do governador Geraldo Alckmin (PSDB) de preteri-lo para o comando do Ministério Público Estadual (MPE). Candidato mais votado por seus pares, com 894 votos, Locke passou a tarde recebendo manifestações de solidariedade - na internet, promotores escreveram que Alckmin escolheu “alguém dócil ao governo”.

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Locke estava confiante em sua nomeação - além das manifestações de seus colegas, documento subscrito por cinco ex-secretários de Justiça chegou ao Palácio dos Bandeirantes recomendando seu nome para o posto máximo do MPE.

Como o sr. avalia a reação contrária à decisão do governador?

Fico extremamente sensibilizado com as manifestações de colegas promotores e da sociedade civil que estão indignados com a escolha do senhor governador. Lamento muito que o maior valor da democracia, que é o voto, não tenha sido levado em conta na escolha.

Quais são os seus planos? Vai concorrer novamente ao cargo de procurador-geral?

Os meus planos são atuar da mesma maneira que atuei nos 23 anos de carreira, com independência, autonomia e altivez, o que nos fez conseguir a condenação do coronel Ubiratan (Locke foi um dos promotores que atuaram no júri que condenou o coronel pelo massacre de 111 presos na Casa de Detenção, ocorrido em 1992) e, por isso, fomos agraciados pelo presidente Fernando Henrique Cardoso com o prêmio nacional de direitos humanos. No Conselho Nacional de Justiça fui o conselheiro com o maior número de votos vencedores e não tive nenhuma decisão reformada no mérito pelo STF. Sempre atuei no combate à corrupção e no aprimoramento da gestão pública.

O sr. pretendia pagar aos promotores o auxílio-alimentação?

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Em nenhum momento nós prometemos qualquer vantagem financeira para qualquer promotor, até porque o promotor é um eleitor qualificado e merece respeito. O que nós nos comprometemos foi melhorar a estrutura do MP para poder atender bem a sociedade com redução da burocracia.

Como recebeu a decisão do governador?

Foi um desalento, uma decepção. Mas o Ministério Público vai saber superar esse momento. As instituições são maiores do que as pessoas. Vou continuar lutando pelas mesmas ideias que nos levaram à vitória.

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