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Decisão é ''sem sentido'' e contra Constituição, diz prefeito

Por Roberto Almeida , Silvia Amorim e
Atualização:

O prefeito de São Paulo e pré-candidato à reeleição Gilberto Kassab (DEM) classificou ontem como "sem sentido" a decisão do Ministério Público de representar à Justiça Eleitoral de São Paulo contra o Estado pela publicação da entrevista que ele mesmo concedeu ao jornal, sob o título Não há candidatura do PSDB que vá destruir a aliança em São Paulo. "Não se trata de propaganda. A Justiça não pode confundir jornalismo e autopromoção, sob risco de cercear a liberdade de imprensa garantida na Constituição", argumentou Kassab. Segundo ele, punir pré-candidatos ou candidatos que concederam as entrevistas e prestaram esclarecimentos sobre suas propostas é errado. "Não faz sentido punir veículos de comunicação que estão prestando informações à sociedade sobre políticos que concorrem a cargos públicos importantes", disse. O ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) concorda com o adversário na disputa pela Prefeitura de São Paulo. "A imprensa tem o dever de informar e a sociedade, o de ser informada. Acredito que a cobertura será isenta, como tem sido. E as entrevistas em questão, parecem-me ter um cunho especificamente jornalístico", ressaltou. CONQUISTA A ex-ministra do Turismo Marta Suplicy (PT) uniu-se a Alckmin e Kassab e saiu em defesa da preservação da liberdade de imprensa. "O direito de cidadãos exporem as suas idéias sobre a cidade de São Paulo está sendo cerceado e, com isso, também a liberdade de imprensa. Levamos muitos anos para ter essa conquista e não podemos jogá-la fora", afirmou a petista. Marta foi condenada pela Justiça Eleitoral a pagar multa no valor de R$ 42,564 mil por ter concedido entrevistas ao jornal Folha de S. Paulo e à revista Veja São Paulo. Os dois veículos também foram incluídos na sentença, que prevê a aplicação de uma multa no valor de R$ 21,282 mil cada. "Espero que ações como essa não prosperem", completou a ex-ministra.

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