Decisão do TSE sobre doações põe punição sob risco

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Por AE
Atualização:

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu que as ações do Ministério Público Eleitoral contra doadores de campanha que excederam o limite legal de repasse em 2010 devem ser analisadas no domicílio eleitoral deles - sejam pessoas físicas ou jurídicas. A medida, tomada por unanimidade na quinta-feira, deixou perplexos procuradores eleitorais porque o prazo para as ações termina nesta sexta-feira."Mais uma vez corremos o grave risco de os doadores ilegais de campanha ficarem novamente impunes", disse Pedro Barbosa Pereira Neto, procurador regional em São Paulo. "O sentimento do Ministério Público Eleitoral é de perplexidade diante da alteração da regra de competência a apenas uma semana do prazo fatal para entrega das representações."Em maio, o TSE impôs prazo de 180 dias, a contar da diplomação dos eleitos - ocorrida em 17 de dezembro - para protocolo das representações. Os limites para doação estão previstos na Lei 9.504/1997, que define teto de 10% dos rendimentos brutos do ano anterior à eleição no caso de pessoa física, e de 2% do faturamento bruto para pessoa jurídica.Em São Paulo foram ajuizadas 1.234 ações - 802 envolvendo empresas, contra as quais se pede aplicação de R$ 85 milhões em multas. Os procuradores temem que os Tribunais Regionais Eleitorais não tenham tempo hábil para redistribuir os processos às zonas eleitorais.A decisão do TSE veio em questão de ordem levada ao plenário pela ministra Nancy Andrighi em processo contra pessoa jurídica. A procuradoria pediu quebra de sigilo da empresa para comparar faturamento e valores doados. A ministra não analisou o pedido. Para ela, o caso não deveria ser julgado pelo TSE e sim pelo juiz eleitoral correspondente ao domicílio do doador. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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