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Temer combina com Renan e Cunha votação de vetos em novembro

O Palácio do Planalto cogitou realizá-la nesta quarta, mas Renan preferiu deixar para o mês que vem por avaliar que não seria prudente correr o risco de que algum veto de matérias que colocam em risco a situação fiscal do País fosse derrubado

Por Isadora Peron
Atualização:

Atualizado às 19h45 Brasília - O vice-presidente Michel Temer afirmou nesta quarta-feira, 14, ter combinado com os presidentes da Câmara e do Senado, Eduardo Cunha e Renan Calheiros, a votação dos vetos presidenciais no Congresso em novembro. O vice ainda evitou comentar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu o rito estabelecido pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para o andamento do processo sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff. "Decisão do Supremo se cumpre", limitou-se a dizer.

O vice almoçou nesta quarta-feira, 14, com Cunha e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), no Palácio do Jaburu. Segundo ele, o trio não discutiu esse assunto. 

A avaliação do Palácio do Planalto é que a decisão do Supremo abriu uma trégua na relação com Cunha, que está acuado depois de novas denúncias envolvendo seu nome na Operação Lava Jato. 

O vice-presidente da República Michel Temer Foto: Dida Sampaio/Estadão

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O governo tenta agora uma aproximação com o presidente da Câmara, que tem a prerrogativa de decidir pela abertura ou não de um processo de impeachment contra Dilma. A ajuda de Temer nessa interlocução é considerada fundamental por auxiliares da presidente.

Votações. Segundo Temer, a conversa com Cunha e Renan girou em torno das pautas de interesse do governo no Congresso.

Ele afirmou que combinou com a dupla que a sessão do Congresso para votar os vetos presidenciais acontecerá somente em novembro. Na semana passada, o governo tentou por duas vezes colocá-los em votação, sem sucesso. 

O Palácio do Planalto cogitou realizá-la nesta quarta, mas Renan preferiu deixar para o mês que vem por avaliar que não seria prudente correr o risco de que algum veto de matérias que colocam em risco a situação fiscal do País fosse derrubado.

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Temer disse ainda que Cunha se comprometeu a "agilizar" matérias importantes, como a votação da Desvinculação de Receitas da União (DRU), mecanismo que permite ao governo manejar com mais liberdade recursos do Orçamento.

O vice, porém, afirmou que outras medidas do pacote de ajuste fiscal, como a recriação da CPMF, vão ter de esperar, pois o governo ainda trabalha para reorganizar a base aliada no Congresso.

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