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De 10 governadores que mais tiveram verba, 8 são da base

Cabral, Cid e Campos, todos à frente de Aécio, se destacam na relação

Por Sônia Filgueiras , Sergio Gobetti e BRASÍLIA
Atualização:

Oito governadores aliados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva estão entre os 10 principais agraciados com verbas federais de convênios em 2008. Juntos, eles receberam R$ 1,2 bilhão de um total de R$ 2,6 bilhões repassados pelo governo federal aos Estados entre 1º de janeiro e 10 de julho, de acordo com os dados do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi) fornecidos ao Estado pela assessoria do DEM. Ao todo, 18 governadores considerados amigos do Palácio do Planalto concentraram 66,3% do dinheiro repassado nesse período. São Paulo e Minas Gerais, governados pelo PSDB, de oposição, também aparecem na lista dos maiores recebedores, mas com muito menos recursos do que seria de esperar pelo tamanho de sua população. Entre os governistas, os destaques na lista de favorecidos pelas liberações do Palácio do Planalto são Sérgio Cabral (PMDB), do Rio, Cid Gomes (PSB), do Ceará, e Eduardo Campos (PSB), de Pernambuco - todos à frente do tucano Aécio Neves, de Minas. A dupla do PSB recebeu junta R$ 355 milhões, quase o mesmo que São Paulo, e bem mais do que outros Estados de maior porte, como Rio Grande do Sul (R$ 57 milhões), Paraná (R$ 24 milhões) e Santa Catarina (R$ 18 milhões). No caso de Pernambuco, apenas duas parcelas de um dos convênios do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) liberadas renderam R$ 28,4 milhões. O Ceará também foi beneficiado por repasses expressivos: para as obras do açude do Castanhão, por exemplo, que integram o PAC, foram destinados R$ 47 milhões de uma só vez. Os cinco governadores petistas abocanharam R$ 512 milhões dos recursos de convênio para os Estados, com destaque para Wellington Dias, do pequeno Piauí, com R$ 127 milhões, ao lado de Jaques Wagner, da Bahia, que recebeu R$ 126 milhões. O governador de Sergipe, Marcelo Déda, também ficou bem servido, considerando o tamanho do seu Estado, já que recebeu R$ 103 milhões, mais do que diversos outros Estados nordestinos governados pela oposição. Entre os peemedebistas, além de Cabral (o PAC garantiu ao Rio uma liberação de R$ 91 milhões no dia 21 de maio) destacam-se os repasses para Marcelo Miranda, do Tocantins, com R$ 149 milhões, e André Puccinelli, de Mato Grosso do Sul, com R$ 112 milhões. O Distrito Federal, Rondônia e Maranhão foram os que tiveram os menores valores transferidos pelo governo no primeiro semestre deste ano. No caso do tucano José Serra, de São Paulo, a maior parte dos repasses se refere às obras do metrô, apoiadas por todas as cores partidárias do Estado. O governo paulista recebeu neste ano R$ 189 milhões, repassados pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), ligada ao Ministério das Cidades.

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