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Data de convenção do PMDB será decidida na Justiça, diz Temer

O presidente do PMDB disse ter informações de que filiados do partido pretendem entrar na Justiça para manter a convenção nacional no dia 11 de junho

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), disse, nesta sexta-feira, à Agência Estado já ter informações de que filiados do partido pretendem ingressar na Justiça para manter a realização da convenção nacional da sigla em 11 de junho e não no dia 29, conforme decisão de transferência tomada na reunião da Executiva da legenda nesta quinta-feira, em Brasília. Segundo Temer, é praticamente certo que a Justiça interfira na data de escolha da convenção, "a favor ou contra a manutenção do dia 11". "Depois de tantas interferências judiciais dentro do PMDB, é quase certo que haverá mais uma", previu o presidente da sigla. Ele lembrou que a Justiça interferiu na convenção do partido de 12 de dezembro de 2004, quando foi decidida a candidatura própria à Presidência da República. Na ocasião, uma liminar suspendeu o resultado do encontro e, posteriormente, a direção partidária conseguiu derrubar a liminar. "O ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Edson Vidigal suspendeu a realização das prévias do partido, agora, recentemente. Por que a Justiça se ausentaria agora?", indagou. Temer revelou que alguns governadores, ainda contrários à candidatura própria, cobraram a manutenção da data do encontro para o dia 11, conforme publicado na edição de desta quinta-feira do Diário Oficial. "O governador Luiz Henrique da Silveira (Santa Catarina), por exemplo, reclamou para mim, hoje, da dificuldade para fechar alianças no Estado por causa da data muito distante da convenção", exemplificou. "Além disso, muitos convencionais entendem que a convenção no dia 11 está mantida porque o ato de convocação já foi publicado no Diário Oficial e há registro das candidaturas de Pedro Simon à presidente da República e de Anthony Garotinho para vice-presidente", adicionou. Independentemente da qual venha a ser a data da convenção, Temer imagina que o senador Pedro Simon (RS) manterá a candidatura presidencial. "Vejo uma disposição muito grande do senador Simon disputar a convenção e acho que essa candidatura poderá ir em frente. Ele se encheu de brios depois do encontro tumultuado da Executiva e, além disso, o ex-governador (do Rio) Garotinho também é uma figura combativa e que vai querer manter a candidatura", analisou Temer, favorável à candidatura própria. Ney Suassuna Michel Temer evitou comentar a posição defendida pelo pré-candidato do partido à Presidência da República, senador Pedro Simon (RS), para que o senador Ney Suassuna (PMDB-PB) se afaste da liderança da bancada no Senado para responder as acusações de suposto envolvimento na venda superfaturada de ambulâncias a prefeituras. "Acho que esse assunto deve ser discutido internamente, na bancada do Senado", esquivou-se o parlamentar. Temer concordou, entretanto, com as acusações feitas por Simon de que Suassuna não tem reunido a bancada e feito consulta antes de se pronunciar em nome do conjunto dos parlamentares peemedebistas. "Sempre defendi que os líderes deveriam realmente exprimir a vontade da bancada e isso não tem acontecido. Há pronunciamentos pessoais em nome da bancada, o que está errado", observou. As rusgas entre Suassuna, da ala governista do partido, e Simon, foram intensificadas após reunião ocorrida nesta quinta-feira, quando os governistas conseguiram adiar a data da convenção nacional do partido de 11 para 29 de junho, praticamente inviabilizando negociações regionais em uma eventual confirmação da candidatura própria à Presidência da República. "Acho que a fragmentação da bancada vai se intensificar de uma forma ou outra. Agora, o importante para o senador Simon é ver o resultado da convenção e não se preocupar com o que o senador Suassuna defende", disse Temer, ao admitir que a tensão entre os dois senadores foi sobrecarregada após a reunião tumultuada de ontem.

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