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Dantas volta a ser preso menos de 24 horas após deixar PF

Juiz decretou prisão preventiva do banqueiro por corrupção ativa; na 4ª, STF mandara soltar Dantas e a irmã

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Por Redação
Atualização:

A Polícia Federal voltou a prender na tarde desta quinta-feira, 10, o banqueiro do Opportunity, Daniel Dantas. A prisão aconteceu menos de 24 horas da saída dele da carceragem da PF nesta madrugada, após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de mandar soltá-lo. Assim como da primeira vez, o pedido foi decretado pelo juiz Fausto Martin De Sanctis, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo.    Desta vez, Dantas é acusado de corrupção ativa por oferecer US$ 1 milhão para subornar um delegado da PF e evitar as investigações que levaram à sua prisão e de mais 16 pessoas na última terça. O suborno era para livrar também sua irmã, Verônica Dantas, e Carlos Rodemburg, sócio e vice-presidente do banco, ambos presos na Operação Satiagraha. Diferentemente da primeira vez, Sanctis determinou a prisão preventiva do banqueiro, e não temporária.    Veja também: Dantas ofereceu suborno de US$ 1 milhão para escapar da prisão, diz MP Leia a íntegra da decisão do STF que manda soltar Dantas  STF manda soltar Daniel Dantas e mais 10 presos da Satiagraha Beneficiado por habeas-corpus, Daniel Dantas deixa sede da PF Opine sobre a decisão do STF de soltar Dantas  Lula defende ação da PF e não comenta decisão de soltar Dantas Dirceu condena 'espetacularização' da PF Entenda como funcionava o esquema criminoso  Entenda o nome da Operação Satiagraha, que prendeu Dantas De acordo com o Ministério Público Federal., o fato foi informado ao juiz Fausto Martin de Sanctis, da 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo, que autorizou que os contatos entre o delegado e os intermediários continuassem sem que fosse dado o flagrante de corrupção. O objetivo seria a obtenção de mais provas. O delegado da PF teria chegado a receber 129 mil reais dos intermediários do banqueiro. Dantas havia sido libertado na madrugada desta quinta-feira com a irmã e outros oito suspeitos, graças a habeas-corpus concedido pelo presidente do STF, Gilmar Mendes. Os demais acusados soltos junto com Dantas não voltaram a ser detidos, segundo a PF. São eles: Daniele Silbergleid Ninnio, Arthur Joaquim de Carvalho, Carlos Bernardo Torres Rodenburg, Eduardo Penido Monteiro, Dório Ferman, Itamar Benigno Filho, Norberto Aguiar Tomaz, Maria Amália Delfim de Melo Coutrin e Rodrigo Bhering de Andrade.  Na decisão, o ministro argumentou que as alegações do juiz Fausto Martin de Sanctis, da 6ª Vara Criminal Federal da Seção Judiciária de SP, para decretar a prisão temporária de Dantas e dos demais envolvidos não justificam a detenção. Dentre as razões citadas pelo juiz estariam a necessidade de interrogá-los e de confrontar os depoimentos com as provas obtidas. O ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta e o megainvestidor Naji Nahas continuam presos e já pediram ao STF  a extensão do habeas-corpus de Dantas para também deixarem a carceragem da PF. A Operação Satiagraha desmontou esquema de desvio de verba pública e corrupção. Nahas e Dantas são acusados de chefiar organizações criminosas distintas: uma realizava a evasão de divisas com um fundo de cerca de US$ 2 bilhões em um paraíso fiscal e a outra fazia lavagem de dinheiro. Pitta é acusado de ser dono de uma conta bancária no exterior e de ser cliente de operações de câmbio irregulares feitas por Nahas. Explicações O Ministério Público Federal de São Paulo informou que o pedido foi baseado nos indícios de autoria e participação no delito de corrupção ativa. De acordo com o procurador da República Rodrigo de Grandis, responsável pelo caso, "há a necessidade da prisão preventiva de Dantas visto que existem indícios suficientes de autoria e de participação no delito de corrupção ativa". De acordo com o MPF-SP, foram apreendidos R$ 1,28 milhão na casa de Hugo Sérgio Chicaroni, apontado como um dos emissários do banqueiro na tentativa de suborno ao delegado da Polícia Federal Vitor Hugo Rodrigues Alves Ferreira, que integra a Operação Satiagraha. O Ministério Público Federal de São Paulo diz que Dantas é acusado de corrupção ativa porque teria sido o mandante da tentativa de suborno de US$ 1 milhão ao delegado Vitor Hugo, com a finalidade de retirar o seu nome, o de sua irmã, Verônica Dantas, e o do sócio e vice-presidente do banco, Carlos Rodemburg, do inquérito. O MPF-SP disse ainda que no dia em que foi deflagrada a operação da PF, os policias apreenderam R$ 1,28 milhão na casa de Chicaroni e, em depoimento, ele teria detalhado os preparativos da corrupção. Além de Chicaroni, a PF aponta Humberto José da Rocha Braz como o outro emissário do sócio-fundador do Banco Opportunity na tentativa de suborno ao delegado federal. De acordo com a PF, Chicaroni e Braz reuniram-se três vezes com o delegado Vitor Hugo e, em dois desses encontros, entregaram a ele R$ 129 mil. (Com Fausto Macedo, de O Estado de S. Paulo, Carolina Freitas, AE e Reuters)

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