
16 de abril de 2009 | 11h30
Munido de habeas corpus que lhe garante o direito de permanecer calado para evitar que se auto incrimine, o banqueiro do Grupo Opportunity, Daniel Dantas, entrou às 10h38 à sala da CPI dos Grampos, na Câmara, acompanhado por três advogados. Em seu segundo depoimento à comissão - o primeiro foi em agosto do ano passado -, Dantas disse nunca ter fechado contrato com a Kroll.
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"Eu nunca contratei. Tenho conhecimento que a Brasil Telecom fez dois contratos. Um no Brasil e outro em Londres com o objetivo de recolher provas para que se pudesse instrumentar a Brasil Telecom em uma ação indenizatória que a Brasil Telecom pretendia mover contra a Telecom Itália", afirmou.
A Operação Chacal apurou espionagem feita na Telecom Itália pela empresa Kroll a pedido do Grupo Opportunity de Dantas. O banqueiro confirmou que foi denunciado na operação e lembrou que o processo corre em segredo de Justiça. Questionado pelo presidente da CPI, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), se podia compartilhar com a comissão os documentos, disse que não por não ter a garantia de que o material não seria vazado. Advertido que estaria desrespeitando a CPI, Dantas se apressou em explicar: "Eu tenho obrigação legal para com os clientes de manter o sigilo. Não pode partir de nós qualquer iniciativa nesta direção."
A CPI tem tentado obter na Justiça dados sigilosos da Operação Chacal. Para o relator da CPI, deputado Nelson Pellegrino (PT-BA), a obtenção de tais documentos é fundamental para a elaboração do relatório final e do pedido de possível indiciamento de Dantas.
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