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Dantas não tem elo com mensalão, Pitta e Nahas, diz advogado

Eles são acusados de desvio de verbas e corrupção; investigação está relacionada ao 'Caso Mensalão'

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Por Redação
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O advogado Nélio Machado, que defende o sócio-fundador do Opportunity,  Daniel Dantas, disse que seu cliente não tem nenhuma ligação com o mensalão e que desconhece vínculo de Dantas com o investidor Naji Nahas  ou o ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta. Machado afirmou também que a prisão de seu cliente foi "ilegal, arbitrária e desnecessária". O banqueiro foi preso na manhã desta terça-feira, 8, assim como Nahas e Pitta, em operação da Polícia Federal originada nas investigações do "Caso Mensalão". Veja também: Imagens da Operação Satiagraha Opine sobre a prisão de Dantas, Nahas e Pitta  Daniel Dantas, pivô da maior disputa societária do Brasil Entenda o nome da Operação Satiagraha, que prendeu Dantas Entenda as acusações contra Dantas e Nahas Defesa diz que Dantas foi preso por vingança Mandados de prisão atingem familiares e funcionários de Dantas As ações da Polícia Federal no governo Lula Os 40 do mensalão Segundo Nelio Machado, Dantas vem sendo perseguido há anos e a prisão, realizada no início da manhã desta terça pela PF, pode estar ligada às disputas societárias que envolvem empresas de telefonia. Machado citou entre os que estariam perseguindo o dono do Banco Opportunity a própria PF e o Ministério Público, que poderiam "estar atendendo a interesses de alguns segmentos do governo". "Isto tudo é decorrência daquilo que os jornais chamam da maior disputa societária dos últimos tempos. Existem interesses diversificados", afirmou o advogado, em referência à disputa entre a Telecom Italia e o Opportunity sobre o controle da Brasil Telecom, que está em processo de fusão com a Oi . O negócio depende ainda de aceitação por órgãos como a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para ser concretizado e colocaria fim aos problemas entre os sócios da Brasil Telecom, entre os quais o Opportunity. "É curioso que, paradoxalmente, na medida que existe uma composição com ações do governo para resolver a problemática na área de telefonia, o prêmio seja a perda da liberdade", acrescentou. No dia 25 de abril, os acionistas da Oi acertaram a compra do controle da Brasil Telecom por R$ 5,86 bilhões. O acordo de acionistas previa o fim dos litígios com o Opportunity, de Dantas. Segundo Machado, "olhando em retrospectiva, uma possibilidade" é haver relação da prisão de Dantas com a Telecom Itália, que foi sócia do Opportunity. "Na Itália tem pessoas que foram seguranças da Telecom Itália e estão presas", disse. O advogado afirmou ainda que "há documentos na Itália que deixam comprometidos personagens ligados ao governo brasileiro e esse episódio pode ter gerado uma vingança contra o meu cliente". Machado disse à Agência Estado que "o governo pode requisitar esses documentos à hora que quiser e já devia ter feito isso". Machado não deu, porém, maiores esclarecimentos sobre quem são os personagens ou a que se referem os documentos. Machado disse que seu cliente sofre perseguição e que não viu nenhuma ação assim contra integrantes do PT. "Não vi uma ação dessas contra Genoino, Dirceu ou Roberto Jefferson". Ele referia-se aos ex-presidentes do PT José Genoino e José Dirceu e ao ex-presidente do PTB, Roberto Jefferson, todos acusados de envolvimento no mensalão. O advogado disse que não recebeu a informação de quais acusações pesam sobre o seu cliente. "Há dois meses e meio estou tentando descobrir o que existe contra o meu constituinte", afirmou durante a entrevista coletiva. O advogado informou que, baseado em notícias da imprensa, já havia recorrido à Justiça para ter informações das acusações. "Já estou no Supremo Tribunal Federal (STF), no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Tribunal Regional de São Paulo", disse. De acordo com ele, os juízes alegaram sigilo para não darem habeas-corpus a seu cliente. Ele referia-se aos recursos feitos antes das prisões desta terça na Operação Satiagraha. Ele queixou-se de que Dantas, os parentes do sócio do Opportunity e executivos da instituição não foram chamados a prestar depoimento antes das prisões.

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