Danny Glover prega a paz em Porto Alegre

O ator criticou o FMI, o Banco Mundial, a indústria cinematográfica norte-americana e recusou-se a dar autógrafos aos fãs

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O ator norte-americano Danny Glover fez nesta segunda-feira no Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, um veemente protesto contra a possibilidade de um ataque dos Estados Unidos ao Iraque. "Não à guerra, não à guerra; sim à paz, sim à paz", disse ele em tom exaltado para uma platéia que se dividia entre os que desejavam pedir um autógrafo da estrela de filmes como "Máquina Mortífera", no qual é o parceiro de Mel Gibson, com o ativista negro e dos direitos humanos e embaixador da Boa Vontade para o programa de desenvolvimento das nações unidas. Os que foram ao depoimento de Danny Glover para ouvi-lo pregar a paz, o respeito aos direitos humanos, aos direitos raciais e ao desenvolvimento sustentado sairam satisfeitos do Fórum. Os que desejavam apenas um autógrafo se frustraram, porque o ator disse que não os daria. "Estou aqui como militante, ativista. Quero que vocês lutem por um mundo melhor, sem guerra, pela paz, pelo respeito a todos vocês. Não vim aqui para dar autógrafos nem para ser fotografado", afirmou. Como os mais radicais militantes de esquerda, Danny Glover atacou o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial. Pregou para os presentes a necessidade de que todos pressionem os governantes de seus países a exigir destes organismos posturas diferentes, não apenas baseadas na economia, mas no sucesso das políticas sociais, de respeito aos direitos humanos e de preservação da natureza. "Temos de lutar para abolir as instituições financeiras que nos colocam no lugar que estamos agora. Não podemos mais aceitar as políticas do FMI, do Banco Mundial, seja lá o que for". Danny Glover contou que a ida ao Fórum Social Mundial marcou a sua primeira viagem à América Latina. Ele afirmou que conhece alguns filmes brasileiros, como Xica da Silva, Quilombo e Pixote, criticou a indústria cinematográfica de seu país que, segundo ele, não retrata nada da realidade, e disse que há 15 anos tenta filmar a revolução negra no Haiti, mas não consegue fundos nem a garantia de que terá salas de cinema para o exibir. "Vim aqui celebrar as lutas de todos nós. Este é um momento histórico para o mundo, que está à beira de uma catástrofe". Depois, atacou a guerra. "Não à guerra. Sim à paz, ao diálogo, à cooperação por um mundo sustentável, para evitarmos o fim desse planeta". O ator disse que todos no mundo devem fazer um pacto de solidariedade, não se esquecer nunca de que têm de lutar pelo bem de todos, da terra, do universo. Veja o especial sobre os Fóruns de Davos e Porto Alegre

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.