Daniel Dantas presta depoimento à Polícia Federal nesta quarta

Dono do banco Opportunity foi interrogado na última sexta, mas se absteve de responder a todas as perguntas

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Por Bianca Lima
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O sócio-fundador do banco Opportunity, Daniel Dantas, investigado pela Polícia Federal (PF) na Operação Satiagraha, prestará novo depoimento à PF nesta quarta-feira, 16, em São Paulo. Dantas foi interrogado na última sexta-feira, mas se absteve de responder a todas as perguntas. Veja também: Presidente do STF justifica libertação de Dantas  Opine sobre nova decisão que dá liberdade a Dantas  Entenda como funcionava o esquema criminoso  Veja as principais operações da PF desde 2003  As prisões de Daniel Dantas Dantas chegou a ser preso duas vezes na semana passada, mas foi solto beneficiado por decisões do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. Junto com o banqueiro, outras 23 pessoas tiveram a prisão decretada acusadas de corrupção e formação de quadrilha. Delas, apenas Humberto José da Rocha Braz e Hugo Sérgio Chicaroni continuam presos. Os dois teriam tentado subornar um delegado da PF para que Dantas fosse poupado na investigação. Na última terça, Braz ficou calado durante o seu depoimento na sede da superintendência da PF em São Paulo. Segundo Renato Moraes, um dos advogados de Braz, seu cliente foi instruído a permanecer calado durante todo o interrogatório porque os advogados não tiveram acesso a todos os autos do processo. O advogado disse que ainda não há previsão de um novo depoimento. Afastamento O delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz foi afastado da Operação Satiagraha na quarta-feira. A saída foi acertada numa reunião, na segunda à noite, na superintendência da PF, em São Paulo. Outros dois delegados, Karina Murakami Souza e Carlos Eduardo Pellegrini Magro, também foram afastados da investigação. Karina pediu para ocupar função na corregedoria. Oficialmente, a assessoria da direção-geral da PF informou que desconhece a saída dos dois auxiliares de Protógenes. A polícia negou também que haja rebelião na equipe da Satiagraha. O comando da PF considerou insubordinação o fato de Protógenes convocar agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para participarem da operação. A queda do delegado foi imposição do ministro da Justiça, Tarso Genro, e do diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, que apoiaram publicamente a operação que mobilizou 300 agentes, mas consideraram um desastre político-institucional a forma como Protógenes agiu. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, criticou o que chamou de "espetacularização" da Satiagraha. A direção da PF confirmou o afastamento de Protógenes, mas alegou que a saída foi "a pedido" do próprio delegado, não uma punição em decorrência da forma como conduziu a operação, que chegou, na avaliação do Ministério da Justiça, a registrar momentos de insubordinação. O substituto será designado provavelmente ainda nesta quarta. (com Vannildo Mendes e Fausto Macedo, de O Estado de S. Paulo)

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