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Daniel Dantas chega à PF em SP para prestar depoimento

Banqueiro chegou acompanhado de advogado e não falou com a imprensa; ele está em liberdade desde sexta

Por Anne Warth
Atualização:

O sócio-fundador do Banco Opportunity, Daniel Dantas, chegou por volta das 15 horas à sede da Polícia Federal, em São Paulo, para prestar depoimento sobre sua participação no suposto esquema descoberto nas investigações da Operação Satiagraha. Dantas chegou acompanhado de seu advogado Nélio Machado, e não falou com a imprensa. Veja também: Tarso nega motivação política em saída de Protógenes Queiroz Três delegados do caso Dantas deixam a Operação Satiagraha Presidente do STF justifica libertação de Dantas  Opine sobre nova decisão que dá liberdade a Dantas  Entenda como funcionava o esquema criminoso  Veja as principais operações da PF desde 2003  As prisões de Daniel Dantas Na semana passada, Dantas foi preso por duas vezes na carceragem da PF. Orientado por Machado, ele recusou-se a responder às perguntas dos investigadores, sob a justificativa de que não tinha tido acesso a todo o conteúdo dos autos da investigação e nem aos áudios interceptados pela PF. De acordo com seu advogado, somente um inquérito tem mais de 6 mil páginas. Ao fim do depoimento, seus advogados devem conversar com a imprensa. Junto com o banqueiro, outras 23 pessoas tiveram a prisão decretada acusadas de corrupção e formação de quadrilha. Delas, apenas Humberto José da Rocha Braz e Hugo Sérgio Chicaroni continuam presos. Os dois teriam tentado subornar um delegado da PF para que Dantas fosse poupado na investigação. Na última terça, Braz ficou calado durante o seu depoimento na sede da superintendência da PF em São Paulo. Segundo Renato Moraes, um dos advogados de Braz, seu cliente foi instruído a permanecer calado durante todo o interrogatório porque os advogados não tiveram acesso a todos os autos do processo. O advogado disse que ainda não há previsão de um novo depoimento. Afastamento Responsável pela condução das investigações da Operação Satiagraha, o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz foi afastado da Operação Satiagraha na quarta-feira. A saída foi acertada numa reunião, na segunda à noite, na superintendência da PF, em São Paulo. Outros dois delegados, Karina Murakami Souza e Carlos Eduardo Pellegrini Magro, também foram afastados da investigação. Karina pediu para ocupar função na corregedoria. Oficialmente, a assessoria da direção-geral da PF informou que desconhece a saída dos dois auxiliares de Protógenes. A polícia negou também que haja rebelião na equipe da Satiagraha. O comando da PF considerou insubordinação o fato de Protógenes convocar agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para participarem da operação. A queda do delegado foi imposição do ministro da Justiça, Tarso Genro, e do diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, que apoiaram publicamente a operação que mobilizou 300 agentes, mas consideraram um desastre político-institucional a forma como Protógenes agiu. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, criticou o que chamou de "espetacularização" da Satiagraha. A direção da PF confirmou o afastamento de Protógenes, mas alegou que a saída foi "a pedido" do próprio delegado, não uma punição em decorrência da forma como conduziu a operação, que chegou, na avaliação do Ministério da Justiça, a registrar momentos de insubordinação. O substituto será designado provavelmente ainda nesta quarta. (com Vannildo Mendes e Fausto Macedo, de O Estado de S. Paulo)  

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